
Michel Temer já ajudou algumas vezes Jair Bolsonaro, incluindo em um dos momentos mais tensos dos últimos anos: no agravamento da crise institucional com o Supremo no episódio do ataque direto ao ministro Alexandre de Moraes.
Os dois ex-presidentes têm uma relação amigável e cordial. Às Amarelas desta semana, Temer afirmou inclusive que a prisão de Bolsonaro não seria útil ao país.
Mas, no programa Três Poderes, de Veja, Michel Temer esqueceu a aliança com Bolsonaro por um momento quando perguntado pela coluna sobre como avaliava a condução do Executivo pelo líder da extrema-direita na pandemia da Covid-19. “Faria de uma maneira absolutamente oposta”, disse.
Veja a resposta de Michel Temer:
“Eu assumiria integralmente o combate à pandemia. Aliás, daria até um exemplo. Não só importaria vacina, como visitaria os estados todos. Interessante, eu as vezes penso: o ex-presidente Bolsonaro investiu quase R$ 80 milhões, R$ 90 bilhões para importar vacinas, para atender os vulneráveis, para atender micro e pequena empresa e, entretanto, falava mal da vacina. Ou seja, a vacina tornou a sua inimiga eleitoral. Até sobre o foco político foi inadequado. Inadequada a sua posição. Então, fosse eu, cuidaria daqueles que combatem a pandemia, visitaria o país todo, teria a presença do presidente da República nos hospitais – porque a figura do presidente também, ela representa um pouco daquilo que o povo pode acompanhar. Eu acho que aquilo foi equivoco do ex-presidente Bolsonaro, que eu confesso que não faria daquela maneira, faria de uma maneira absolutamente oposta àquilo que aconteceu nesse período”.