Com as primeiras pesquisas do 2º turno tendo péssimos resultados para Guilherme Boulos, que hoje tem uma rejeição até proibitiva para qualquer chance de vitória em São Paulo, a capital paulista parece mesmo estar nas mãos do centro e da direita bolsonarista representada por Ricardo Nunes.
Mas esse é apenas um resultado entre as 15 capitais que terão segundo turno – cada uma merecendo um tipo de atenção. Há uma dinâmica para cada cidade e não tem uma regra para o país inteiro. É isso que torna essa eleição tão interessante. Tem política nacional envolvida, mas em cada região de um jeito diferente.
Em Belo Horizonte, a disputa ficou entre uma frente ampla, liderada por um partido de centro-direita, contra o que podemos chamar de bolsonarismo-raiz. É o quadro que se revelou com a abertura das urnas ao final do primeiro turno, com Fuad Noman, do PSD, com 48% e Bruno Engler, do PL, com 41%.
Na capital mineira, o partido de Gilberto Kassab terá o apoio do PT (e da esquerda como um todo) na tentativa de vencer Engler, que representa o bolsonarismo em estado puro. É até curioso ver o partido de Kassab, chefe do governo bolsonarista de Tarcísio de Freitas, em São Paulo, tendo o apoio do PT para vencer a extrema-direita. É ou não é?
Em Goiânia, a disputa passa também pela direita contra direita. Fred Rodrigues e Sandro Mabel representam a disputa entre Jair Bolsonaro e Ronaldo Caiado – com 31,14% e 27,66% dos votos respectivamente – no que tem sido chamado de primárias da direita para 2026, devido a inelegibilidade do ex-presidente.
Enquanto o PT espirrou da disputa na capital goiana, o líder da extrema-direita chamou Caiado de covarde e o governador de Goiás ainda não respondeu. Mas como ele levantou o dedo para ser candidato a presidente no vácuo deixado por Bolsonaro, essa resposta deverá acontecer em algum momento.
Já em Curitiba, uma acirrada disputa passa, assim como em BH, somente por partidos de direita. São os candidatos Eduardo Pimentel, também do PSD de Kassab, e Cristina Graeml, do PMB. Mas, na capital do Paraná, Pimentel é bem mais à direita do que normalmente são os políticos do PSD, até por estar em um estado da região Sul.
Basta lembrar que Eduardo Paes, prefeito reeleito no Rio de Janeiro, é do mesmo partido que Pimentel. O kassabista disputa contra a candidata disruptiva da extrema-direita, que foi jornalista da Globo local. Pimentel teve 33,51% dos votos válidos no primeiro turno. Em uma reviravolta, a agora política de um partido nanico obteve 31,17%. O 2º turno será voto a voto.
A coluna passeou por quatro capitais nesta sexta, 11, mas não vai parar por aqui. Na próxima semana, prefeituras como Fortaleza e Porto Alegre serão alvos de análises, assim como as outras nove até o dia 27 de outubro.
Bom final de semana, leitores.