O que Bolsonaro deveria fazer pelos seguidores e não faz
Ou... o novo desrespeito do líder da extrema-direita
Os seguidores apaixonados por Jair Bolsonaro mandaram para ele milhares, mais de 500 mil transferências via pix. Somado, o valor chegou em R$ 17 milhões. Foi o que o Coaf detectou em suas contas. Obviamente, que é um valor muito alto, mas o ex-presidente tratou a arrecadação com desprezo. “Dá pra pagar todas as contas e ainda sobra dinheiro pra tomar um caldo de cana e comer um pastel com dona Michelle”.
A declaração foi dada em um evento do PL Mulher (hoje liderado pela ex-primeira-dama) em Florianópolis.
Como mostrou Veja, a cifra foi reunida entre 1º de janeiro e 4 de julho deste ano por meio de ajuda dos seus fiéis apoiadores. Ocorre que dá para pagar cerca de 17 vezes as multas provenientes de condenações em processos judiciais do ex-presidente.
A ideia da vaquinha entre bolsonaristas nasceu com esse intuito – ajudar o líder da extrema-direita em processos que o obrigam a ressarcir financeiramente o Estado.
Primeiro, Bolsonaro deveria ter prestado contas do valor. Ele mesmo deveria ter informado que chegou a esse valor, e não um relatório do Coaf. Poderia também ter agradecido a todos quando chegou ao valor realmente necessário, e interrompido o recolhimento.
Se fosse possível, dada a dificuldade pela pulverização das contas, até devolvido o dinheiro excedente. Mas nada disso ele fez.
Continua a embolsar o dinheiro dos doadores, não pagou as multas judiciais até agora, e trata essa demonstração de apreço por parte dos seguidores de forma jocosa. A ideia, ao menos até aqui, é a de manter o dinheiro no bolso e enriquecer com a boa fé alheia, fazendo esse tipo de brincadeira.
Um pastel e um caldo de cana custam menos de R$ 10 reais. Respeito político a doadores voluntários não custa nada. E nem isso faz Bolsonaro pelos seus apaixonados seguidores.