O encontro do presidente Jair Bolsonaro com os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica nesta quinta, 24, mostra a intenção dele de alinhar o discurso na reta final do governo e se aproximar dos comandantes antes que eles sejam trocados pela próxima gestão.
Desde o início do mandato, Bolsonaro fez movimentos para politizar as Forças Armadas em seu favor, para satisfazer seus interesses políticos. Durante os últimos anos, o Exército, a Marinha e a Aeronáutica foram usados para defender atos antidemocráticos, com a presença de generais em manifestações que pediam o fechamento do Congresso e do STF, por exemplo.
Lembra algum outro momento da história que Bolsonaro tanto defende?
Em relação aos atos que estão acontecendo desde o fim das eleições, a nota dos comandantes defendendo os protestos só deixa claro que os militares se envolveram politicamente com o governo atual.
Além disso, Bolsonaro usa as Forças Armadas para contestar as eleições. O relatório divulgado pelos militares deixando em aberto a possibilidade de que o processo tenha sido fraudado é uma mancha na história das três Forças.
Bolsonaro não vai parar até o último dia de seu mandato. A reunião de ontem também foi realizada porque o presidente ainda quer o apoio dos militares nos últimos movimentos que fará para criticar Lula, as autoridades, as instituições e para atacar a democracia e a Constituição.
É lamentável que os comandantes das Forças Armadas tenham aceitado prestar continência não para o presidente, mas para um ideário ideológico extremista de direita que é a favor do horror da ditadura militar.