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Matheus Leitão

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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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O plano de José Dirceu para Lula e o PT

Entenda

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2024, 11h21 - Publicado em 14 mar 2024, 14h21

José Dirceu voltou – e para ficar – aos 77 anos.

Candidatíssimo a deputado federal em 2026, gerando expectativa de uma votação consagradora em São Paulo, o ex-ministro da Casa Civil definitivamente não vê o seu projeto pessoal como o mais importante. Também não se diminui – é parte de um todo. Aliás, como tudo que envolve a vida de José Dirceu, desde a prisão no Congresso da UNE, em Ibiuna, no ano que não terminou.

“A minha verdadeira paixão é o Brasil, e toda essa luta acabou sendo simbolizada na [vida] do presidente Lula. Não há nada mais importante que o terceiro governo [dele] ser sucedido pelo quarto”, disse nesta quarta-feira, 13, lançando a campanha de Lula-4 contra o bolsonarismo.

Foi a deixa para o fim da comemoração do seu badalado septuagésimo oitavo aniversário, em Brasília.

Dirceu reuniu o vice-presidente Geraldo Alckmin e ao menos nove ministros de estado: Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Fernando Haddad (Fazenda), José Múcio (Defesa), Juscelino Filho (Comunicações), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência), Nísia Trindade (Saúde) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) – além de Vinicius de Carvalho, da Controladoria-Geral da União.

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A lista de convidados não parou por aí!

O presidente da Câmara, Arthur Lira, e os três principais candidatos à sua sucessão – Elmar Nascimento (União-BA), Marcos Pereira (Republicanos-SP) e Antônio Brito (PSD-BA) – se uniram a outros 11 deputados federais e cinco senadores, segundo conta da coluna.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, e o secretário de Política Econômica do ministério da Fazenda, Guilherme Mello, faziam coro para dar os parabéns a José Dirceu.

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(Pausa: as páginas em branco do meu caderno de anotações acabaram antes de a lista de autoridades terminarem. Havia juízes de tribunais federais, procuradores, promotores, advogados da AGU e ex-parlamentares – esses, aos montes. O mais animado deles era Silvio Costa, pai do ministro de Portos e Aeroportos, afirmando que Dirceu pode ter quase 1 milhão de votos em 2026)

POLÍCIA MILITAR

Preso no mensalão e no petrolão, José Dirceu não parecia ser o primeiro político político cassado do PT, mas sim aquele ornamentado articulador que levou Lula à presidência, em 2003. Em sua festa, havia fila para entrar, tirar foto (com o aniversariante), ir ao banheiro, comer e até ir embora (emoji de espanto).

A Polícia Militar (outro emoji de espanto) fazia organização dos carros de autoridades, de aplicativos e dos próprios convidados que tentavam trafegar numa rua fechada de um bairro nobre de Brasília. Militantes petistas e do MST enchiam a casa do político que foi trocado pelo embaixador dos Estados Unidos, após ação da guerrilha urbana contra a ditadura.

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Ao começar a discursar exatamente às 23h47 minutos, Dirceu fez uma breve explanação sobre a situação política do Brasil, passando pelo “surgimento da extrema-direita, do bolsonarismo, do obscurantismo, do abuso religioso e do risco da ditadura” – esses, os elementos que criaram “as condições para a volta de Lula ao governo”.

Segundo José Dirceu, o retorno do líder operário ao poder é só o começo. Precisa ser seguido da retomada de um “ciclo histórico” que o Brasil já viu “com Juscelino Kubitschek, João Goulart e até na ditadura militar […] com Ernesto Geisel” (terceiro e último emoji de espanto) – após os seis anos de interrupção dos governos petistas.

Enquanto o ex-ministro da Casa Civil de Lula-1 falava, advogados discutiam a viabilidade de uma candidatura dele ao Congresso Nacional pensando em seus inúmeros problemas jurídicos. Políticos assentiam sobre a análise da frente ampla que elegeu Lula, com partidos da extrema-esquerda à direita. Garçons continuavam a servir vinho, uísque, coxinhas, empadas e costela.

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O ex-presidente do PT não falou sobre a candidatura e prometeu, no início do discurso de aniversário, que não faria uma exegese política. Uma promessa vã, como se pode perceber. Perguntado se a candidatura ao parlamento era real – após soltar o microfone e apagar a vela do bolo com dificuldade -, José Dirceu negou, negou e negou.

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