O movimento da ala política do governo Lula de tentar mudar a meta fiscal de déficit zero – como quer o ministro da Fazenda, Fernando Haddad – para a de 0, 25% ou de 0,5% deve-se também às eleições municipais de 2024.
É que isso significa ampliar o gasto ou não ter que cortar algo em torno de R$ 25 bilhões a R$ 50 bi.
Num ano de eleição, com o PT querendo conquistar o maior número possível de municípios tendo o governo federal como “garoto propaganda”, pode fazer bastante diferença.
A mudança da meta ganhou mais força após as declarações do presidente Lula na semana passada – aquelas que jogaram por terra a principal promessa de Haddad.
“A gente não precisa [de meta de déficit zero]. Eu não vou estabelecer uma meta fiscal que me obrigue a começar o ano fazendo corte de bilhões nas obras que são prioritárias para esse país”, disse Lula, que falou das eleições na longa reunião da gestão petista com líderes da base.
“Em politiquês, obras significam votos”, disse um integrante do governo à coluna.
O ministro da Fazenda, que tentou consertar o estrago e se mostrou visivelmente irritado em conversa com jornalistas nesta segunda, 30, continua a perseguir zero na meta.
Em Brasília, contudo, já se diz que Fernando Haddad perdeu a queda de braço.