Em mais uma tentativa de fazer contraponto político ao bolsonarismo, ministros de Estado do governo Lula devolveram valiosos presentes dados pela Arábia Saudita.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda, reenviou à Embaixada daquele país uma onça dourada — sim, você leu corretamente, leitor — recebida nesta segunda-feira, 31.
Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, devolveu uma estatueta semelhante em forma de camelo.
Os dois objetos foram entregues aos políticos pelo ministro de Investimento da Arábia Saudita, Khalid Al-Falih, em razão de um fórum de negócios entre os dois países, realizado em São Paulo.
São presentes. Bastava, portanto, que Haddad e Alckmin os incorporassem aos acervos públicos dos ministérios, por exemplo. Mas houve uma falha do governo da Arábia Saudita ao não avisar previamente que os objetos seriam entregues.
A lei brasileira pede que isso seja feito.
Como o ex-presidente Jair Bolsonaro é investigado por receber joias da Arábia Saudita sem respeitar os trâmites legais — fazendo inclusive pressão política para ficar com os valiosos objetos no seu acervo pessoal –, decidiu-se pela rápida devolução da onça e do camelo.
Tudo para evitar qualquer comparação com a grave suspeita de irregularidades cometida pelo líder da extrema direita. Até porque, em nenhum momento, Haddad ou Alckmin quiseram ficar com as estatuetas para eles.