Em evento sobre os 30 anos da Secretaria de Política Econômica, parte importante do Ministério da Economia, Paulo Guedes finalmente admitiu a vitória de Lula sobre Bolsonaro.
Obviamente que não sem falar inúmeras grosserias – como manda a cartilha bolsonaristas que muitos liberais brasileiros resolveram abraçar até como uma nova forma de vida.
“Já ganhou, cala a boca, vai trabalhar, construir um negócio legal. O desafio é grande, mas a oportunidade é maior”, afirmou, primeiramente, Paulo Guedes.
“Se fizer menos barulho e trabalhar um pouquinho mais com a cabeça, e menos com a mentira, talvez possa ser um bom governo. Só depende de não mentir. E de outras coisas também”, completou o ministro da Economia.
Lula tem gerado desconfianças na economia ao criticar seguidamente o mercado financeiro, separando a responsabilidade fiscal da responsabilidade social, que devem caminhar juntas.
Paulo Guedes, por sua vez, não só mandou Lula “calar a boca”, como mentiu, já que ele mesmo participou da elaboração de diferentes medidas que acabaram furando o teto de gastos.
“Disparamos o maior programa social que já houve, com responsabilidade fiscal. Que historinha é essa de conflito social com fiscal? Isso é ignorância, isso demonstra incapacidade técnica de resolver [o problema]”, afirmou, sem se envergonhar.
“Você vê a confusão que é um estouro, fazer uma PEC fora do teto, sem fonte de financiamento”, disse ainda Paulo Guedes, para depois insinuar que o orçamento fora do teto acabará servindo para financiar obras.
É bom lembrar que esse que critica o novo governo feriu as raízes do liberalismo não somente por furar o teto de gastos, mas ao trabalhar pelo controle dos preços de combustíveis da Petrobras.
Mas Guedes se acha no direito de criticar tudo, até a PEC da transição, que não fere a legislação como a PEC Kamikaze, aprovada de forma irregular às vésperas da eleição, para tentar dar a vitória – a todo custo – para Bolsonaro.