A cassação de Deltan Dallagnol, o ex-coordenador da Força Tarefa da Lava-Jato que virou deputado, transformou-se em um dos importantes fatos políticos da semana passada. Acabou também inflamando um quase que eterno debate no Brasil: o futuro da operação nascida no Paraná.
Enquanto se julgavam irregularidades cometidas pelo agora ex-parlamentar e ex-procurador no Tribunal Superior Eleitoral, ressuscitou-se essa questão, que nem deveria mais ser levantada.
É que o futuro da Lava-Jato já está dado, doa a quem doer.
O resumo é: a operação nascida há quase dez anos se politizou. Simples!
Escolheu um dos lados que, além de adepto ao autoritarismo, se envolve também com a corrupção. São tantos os casos no bolsonarismo que Deltan e Sergio Moro escolheram fazer vista grossa durante parte do governo do líder da extrema direita e nas eleições.
Quando fez sua defesa no Congresso após sua cassação Deltan estava do lado de quem? De Eduardo Bolsonaro, num gesto que vale mais que mil palavras sobre seu futuro.
Após a operação fracassar, o Brasil precisa discutir urgentemente como melhorar a política de combate à corrupção. Isso sim é importante e independe da Lava-Jato.
É necessário uma política de estado e um objetivo nacional. Não se confunde com a operação da Polícia Federal e do Ministério Público que acabou se transformando em palco para perseguição política.
Ao menos contra Lula, claro, como sentenciou o Supremo.