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Matheus Leitão

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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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O Brasil é o país-chave na gestão mundial da água

Ensaísta Davi Lago elenca os quatro desafios da nação que detém 13,7% de toda a água doce e 20% das águas subterrâneas do planeta

Por Davi Lago 
Atualizado em 21 mar 2021, 14h43 - Publicado em 21 mar 2021, 14h42
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  • Além de ser o líder em biodiversidade, o Brasil é o grande manancial do mundo: possui 13,7% de toda a água doce e 20% das águas subterrâneas do planeta. A responsabilidade do país na gestão mundial dos recursos hídricos é, portanto, incontornável. Na Agenda 2030 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, o sexto objetivo estabelece a meta de alcançarmos o acesso universal e equitativo de água potável e segura para todos. As metas paralelas incluem universalizar o saneamento básico, melhorar a qualidade da água reduzindo a poluição, reduzir à metade a proporção de águas residuais não tratadas e aumentar substancialmente a eficiência do uso da água. 

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    Dadas as condições privilegiadas dos recursos hídricos brasileiros, as autoridades técnicas e acadêmicas apontam quatro eixos para a atuação do poder público na questão: Primeiro, atuar na disponibilidade do recurso hídrico. Apesar de o Brasil possuir aquíferos gigantescos, chuvas regulares e bacias hidrográficas enormes a água nem sempre está disponível para uso. É necessária o constante planejamento e zeladoria dos reservatórios, canais, poços, cisternas e estruturas que viabilizam o uso da água. 

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    Segundo, atuar no tratamento adequado da água para os fins a que se destina. Isso significa que medidas precisam ser implementadas para que a água seja útil para os fins necessários como, por exemplo, consumo humano, irrigação, dessedentação animal, indústria e suporte à biodiversidade. 

    Terceiro, atuar na distribuição adequada, ampliando as redes de distribuição e evitando desperdícios. O papel da educação cívica e ambiental também é essencial neste ponto. A sociedade brasileira pode avançar muito na consciência ecológica e assumir a liderança que o mundo dela espera. 

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    Quarto, atuar no recolhimento e tratamento das águas servidas, o que inclui saneamento e o retorno da água para o ambiente. O acesso à água encanada é indicador elementar da saúde pública. De igual modo, o ambiente regulatório para atividades industriais e agrícolas necessita de constante atenção, afinal, os principais responsáveis pela poluição de águas doces são os sais solúveis, os detergentes, os metais pesados, os adubos e os pesticidas.

    Cuidar da hidrosfera brasileira envolve também inteligência na gestão das hidreléticas. Vale ressaltar que a matriz energética brasileira é modelo internacional no quesito das fontes renováveis e limpas: 83% da energia brasileira é gerada por fontes renováveis e limpas, enquanto a média internacional é 20%. Nosso grande diferencial é justamente o conjunto de usinas hidrelétricas que, sozinho, gera 67% da energia utilizada pelos brasileiros e brasileiras. Contudo, a má gestão pode levar a apagões como o ocorrido no Amapá em novembro de 2020. Naquela ocasião três transformadores foram danificados por um incêndio, sendo que um deles já estava inoperante desde 2019 em uma manutenção interminável. 

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    Todo dia 22 de março a ONU propõe o Dia Mundial da Água justamente para realçarmos estas questões e ampliarmos a discussão pública sobre o recurso natural condutor da vida. Jamais podemos esquecer que sem água, a miséria e a pobreza aumentam. A água jamais perde sua atualidade. Mohamed Larbi Bouguerra, autoridade no debate sobre a hidropolítica, afirma que devemos “trabalhar em vista do advento de uma ética da gestão e da distribuição da água que permita a todos viver em paz e cooperação”.

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