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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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O aviso do PT para as Forças Armadas

Recado de Gleisi Hoffmann alerta sobre o que já deveria ser claro aos militares

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 3 Maio 2022, 10h15 - Publicado em 25 abr 2022, 14h46

O Twitter da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, trouxe uma verdade importante nesta segunda, 25. Em pleno ano eleitoral, é preciso parar o movimento que as Forças Armadas estão fazendo novamente em direção à política.

Gleisi escreveu que “não cabe ao ministro da Defesa opinar sobre o processo eleitoral”, numa clara resposta à nota divulgada pelo Ministério da Defesa neste domingo, 24, sobre as eleições.

A presidente petista também afirmou que garantir eleições livres e limpas é prioridade no país. “Comandantes que se envolvem nessa aventura estão destruindo por dentro a hierarquia e a credibilidade das Forças Armadas”, escreveu.

Essas verdades já deveriam estar mais do que claras na mente dos militares.

A decisão do Ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, de emitir nota rebatendo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso é uma prova de que os militares não apenas querem participar do processo eleitoral como tentam justificar suas interferências.

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Durante palestra em uma universidade alemã, Barroso questionou se as Forças Armadas estão sendo orientadas a atacar e a desacreditar as eleições no país.

O questionamento é válido, já que o presidente Jair Bolsonaro tenta diariamente convencer seus seguidores (e os militares) de que as eleições brasileiras são inseguras e de que as urnas são fraudadas.

A nota do Ministério da Defesa é mentirosa em vários aspectos, principalmente quando afirma que as Forças Armadas “desde o seu nascedouro, têm uma história de séculos de dedicação a bem servir à Pátria e ao Povo brasileiro, quer na defesa do País, quer na contribuição para o desenvolvimento nacional e para o bem-estar dos brasileiros”.

No golpe de 64, não houve compromisso com o bem-estar dos brasileiros. Os militares insistem em falar coisas positivas sobre aquele período, mas a verdade é que as Forças Armadas deram um golpe sob o pretexto de que o comunismo tomaria conta do Brasil e ficaram 20 anos no poder. Nesse tempo, fecharam o Congresso, calaram a imprensa, trocaram ministros do STF, torturaram e mataram pessoas dentro dos quartéis e sumiram com diversos corpos.

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Nas eleições de 2018, os militares já cometeram graves erros ao tentar interferir no processo eleitoral. Naquele ano, às vésperas do julgamento do pedido de liberdade de Lula pelo STF, o general Eduardo Villas Bôas escreveu no Twitter: “Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?”.

Em seguida, o militar completou: “Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais”.

Hoje, já se sabe que as mensagens tiveram o aval de todo alto Comando do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Ao questionar a participação dos militares nas eleições, Barroso provavelmente está tentando evitar que esse tipo de situação se repita.

As Forças Armadas precisam pisar no freio e ler novamente seu propósito e missão, lembrando que são uma instituição de Estado e não de governo. Faltam poucos meses para uma das eleições mais polarizadas da história e a interferência dos militares só vai tornar esse processo ainda mais difícil.

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