
A equipe do presidente Jair Bolsonaro apostou todas as suas fichas em benefícios e auxílios aos brasileiros para conquistar votos e tentar a reeleição. A estratégia é arriscada e coloca o Brasil em situação delicada para os próximos meses em relação aos riscos fiscais, mas está funcionando em termos eleitorais.
A nova pesquisa FSB divulgada nesta segunda, 22, mostra que o Auxílio Brasil está ajudando o presidente nas intenções de voto, mas um outro fator tem sido determinante para a trajetória de crescimento que vem se desenhando nas últimas semanas.
Segundo o levantamento, 72% dos eleitores acredita que os preços dos combustíveis estão menores. O índice é importante, principalmente porque há 1 mês, em julho, ele era de apenas 54%. No intervalo de um mês, houve avanço de 18 pontos percentuais, o que impacta diretamente na opinião dos brasileiros em relação à situação da economia, por exemplo.
Também de acordo com a pesquisa da FSB, 41% dos entrevistados acham que o governo federal é o principal responsável pela redução no preço dos combustíveis. Em julho, esse número era de 38%. Entre os eleitores de Bolsonaro, 55% acham que o governo é o principal responsável. Entre os eleitores de Lula, são 34% que colocam a diminuição dos preços na conta do presidente.
Aumenta a percepção de que os preços dos combustíveis estão menores e aumenta também a ideia de que o governo federal foi o responsável pela melhora. Ao forçar a redução do valor da gasolina, Bolsonaro mexeu diretamente com o bolso dos eleitores e está colhendo os frutos disso.
A percepção atual é positiva e a estimativa de futuro dos eleitores também é boa. Questionados sobre a expectativa em relação ao aumento dos preços em geral para os próximos três meses, 35% dos entrevistados disseram que esperam que os preços diminuam um pouco ou muito. Em julho, esse número era menor, de 28%. Em contrapartida, 35% acham que os preços vão aumentar um pouco ou muito. Em julho, o índice era de 46%, nove pontos a mais.
A cada dia, fica mais comprado que a economia é quem “manda” na eleição. Enquanto Lula, que não tem a máquina nas mãos ainda permanece bem à frente, Bolsonaro começa a fazer sua colheita depois do “vale-tudo” pago com o dinheiro dos brasileiros.