Como Bolsonaro e Lula entram no plano do PL para 2024
Ou… a estratégia revelada do PL contra o PT nas eleições municipais
Adotando a mesma estratégia de 2022, Jair Bolsonaro conversou com eleitores neste domingo, 14, para assumir ser uma “pessoa horrível” mas não “péssima” como o presidente Lula.
“Se alguém porventura aqui votou no PT, (…) não dá para comparar: eu posso ser um cara horrível, mas o outro cara é péssimo”, afirmou o ex-presidente sobre ele mesmo e o petista.
A declaração pode parecer apenas a continuidade da última eleição presidencial, mas a estratégia já é outra – mirando as prefeituras.
Segundo a coluna apurou, esse é o plano do PL para tentar levar a polarização nacional para os mais de 5.500 municípios brasileiros.
Há dúvida – mesmo internamente no partido – se a estratégia vai funcionar. Mas foi dada a largada do planejamento para a única forma de o PL tentar conquistar um “número recorde” de capitais.
Bolsonaro tratou de questões econômicas, da política de armamento e até da “relação” do PT com o Hamas.
O foco principal, entretanto, ficou mesmo na perda do poder aquisitivo e na tese de que o lucro dos comerciantes já diminuiu em um ano, após o líder da extrema direita deixar o poder. “O mundo não perdoa, a economia não perdoa”, disse.
Em segundo colocado ficou a segurança pública. O tema será repetido durante todo o ano porque tem ferido a imagem do atual governo.
“A violência diminuiu no meu governo por causa da política de armas para o pessoal de bem. (Lula) acabou com isso, armamento só para bandido”, disse Bolsonaro.
Depois, voltou a bater bumbo sobre o MST para agregar o “homem do campo” no discurso, avaliando que este não confia em Lula e na gestão petista. Foi a senha deixada para o agro.
A orientação do partido para os candidatos é a de seguir o discurso de Bolsonaro nos municípios com o intuito de fazer a “legenda finalmente crescer pelo interior do país”.
Ainda que inelegível, o ex-presidente voltará à superfície como a grande liderança da oposição, fazendo o que ele faz com o pé nas costas: gerar polêmicas para dividir e, depois, conquistar.