O presidente Jair Bolsonaro quer por que quer um vice evangélico para conter sua queda nas pesquisas e botar o pé no segundo turno, hoje invariavelmente contra Lula, que lidera a corrida.
O mais curioso é que a volta do petista ao jogo político embolou o meio de campo nesse segmento.
Segundo o Instituto Datafolha, em um eventual cenário de segundo turno, Bolsonaro e Lula estão empatados entre os evangélicos: 46% querem o petista e 44%, a reeleição do atual presidente.
Mas, com a forte queda de popularidade que enfrenta, Bolsonaro e sua equipe trabalham para ir ao segundo turno, assim como fez em 2018.
A ideia é um passo de cada vez. Primeiro chegar ao segundo turno, para depois enfrentar o PT.
Para isso, o presidente já “limou” Hamilton Mourão da chapa, como mostrou a coluna, e busca um evangélico para ser o seu vice, o que o ajuda a manter um patamar de ao menos 20% nas pesquisas, e tem potencial para aumentar este número.
Neste momento, interlocutores de Bolsonaro conversam, principalmente, com os pastores Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, e Edir Macedo, fundador da igreja Universal e dono da Rede Record.
A ideia é manter a “chama acesa” entre os fiéis e dizer que indicar um pastor “terrivelmente evangélico” para o Supremo Tribunal Federal (STF) foi apenas o começo.
Atualização às 16h08: Em resposta no twitter, Malafaia usou a tática da desqualificação contra a coluna: “JORNALISTA MATHEUS LEITÃO! Você está muito, muito mal informado. Não existe conversa minha e de Macedo com Bolsonaro sobre vice evangélico. COMO BOM ESQUERDOPATA QUE VOCÊ É , INIMIGO DE BOLSONARO , NÃO PASSA DE UM GRANDE MENTIROSO”!
(A coluna mantém as informações publicadas, mas o colunista não vai responder na mesma moeda. Aprendi com o meu avô, pastor: ‘A palavra branda desvia o furor’)