Nós, brasileiros, chegamos a dezembro de 2021 como o país que mais registrou vítimas da pandemia da Covid-19. É tão desesperador que, neste ano, o Brasil já registrou mais de 400 mil mortes por conta do vírus, mais do que Estados Unidos e Índia, por exemplo.
Mas, ainda assim, mesmo depois de comprovada a efetividade das vacinas, o presidente Jair Bolsonaro iniciará mais uma rodada do conflito contra prefeitos e governadores por conta do seu absurdo negacionismo.
Bolsonaro quer fazer uma mudança na lei para que ele, o presidente da República, possa decidir sobre se há necessidade do passaporte de vacinas no país.
Pelo número de adesão às vacinas contra a Covid-19, fica absolutamente claro que nem todos os seguidores do bolsonarismo seguiram o pensamento negacionista do mandatário. Ou seja, o número de brasileiros anti-vacinas é ínfimo.
Mas leiam o que disse Bolsonaro: “Tem uns itens (na lei) que falam das medidas a serem adotadas por qualquer agente sanitário, estado e município. Quero trazer para agente federal. Por mim, a vacina é opcional. A lei era da pandemia, não falava de vacina ainda”.
Estados e municípios exigem comprovante de vacinação para uma série de atividades, mas Bolsonaro quer uma Medida Provisória para que somente o governo de extrema direita, que ele lidera, possa estabelecer esse tipo de exigência.
Confesso que é desesperador escrever mais esta coluna. Quase 80% das pessoas que morreram recentemente no Brasil por conta dessa maldita doença não se vacinaram.
E Bolsonaro permanece em sua briga contra a vida, alimentando a morte. O tempo passa, mas ele permanece em sua sanha doentia. Viveremos mais uma rodada de um conflito absurdo e desnecessário.