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Matheus Leitão Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Bolsonaro estatizou o posto Ipiranga

Paulo Guedes resolveu fazer tudo ao contrário do que aprendeu no liberalismo

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 21 jun 2022, 10h05 - Publicado em 13 jun 2022, 14h00
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  • O presidente Jair Bolsonaro coloca tanto cabresto em seus assessores do primeiro escalão que conseguiu estatizar o seu famoso “posto Ipiranga”.

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    O ministro da Economia, Paulo Guedes, aluno da ultraliberal escola de Chicago, mudou completamente sua postura durante os últimos anos e agora tenta emplacar estratégias populistas que devem estar fazendo seus colegas liberais tremerem.

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    É preciso lembrar que Guedes passou sua carreira dizendo que era o mais liberal dos economistas brasileiros. Como seguidor da Escola de Chicago e aprendiz de Milton Friedman, um dos mais importantes e influentes economistas do século XX, transformou-se no defensor do ultraliberalismo.

    Agora, às vésperas de uma eleição que promete ser a mais polarizada da história, o ministro sugere a ideia de controle de preços, algo totalmente alheio ao mundo do liberalismo.

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    Na economia liberal, os preços são organizados pela mão invisível do mercado, ou seja, há a competição e um competidor faz com que o outro não suba tanto os seus preços, sob o risco de perda de mercado. Essa é a ideia básica do liberalismo.

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    Na contramão disso, o governo Bolsonaro, através de Guedes, pediu na última semana que empresários do setor de supermercados congelem seus preços.

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    “Nova tabela de preços só em 2023. Travem os preços”, disse Paulo Guedes. Usar a palavra “tabela” já é, por si só, o oposto do que a escola liberal defende. A tabela, para o liberal, é o próprio anticristo. Além de usar esse termo, Guedes ainda sugeriu que segurem a tabela até 2023 – pedido claramente eleitoreiro.

    Contudo, essa é apenas a cena final do filme que o ministro da Economia “estrelou”.

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    A cena inicial é aquela com Paulo Guedes indo trabalhar para Bolsonaro ainda em 2018, afirmando que colocaria ideias liberais nas visões conservadoras do então candidato à presidência.

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    Conservador nos costumes e liberal na economia – foi o que eles disseram e venderam para o Brasil. A confiança era tanta que Guedes se tornou então o “posto Ipiranga” de Bolsonaro.

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    Neste momento, presenciamos o fim do posto Ipiranga liberal. Guedes foi estatizado e agora grita o maior temor do liberalismo: congelamento de preços.

    A questão dos preços é só um dos sinais da estatização do ministro. Demissões dentro da presidência da Petrobras, com nomes indicados por Guedes, têm tudo a ver com a vontade do governo de também controlar os preços dos combustíveis.

    A ideia de interferir no caixa dos Estados pra reduzir o preço da gasolina também não combina com o liberalismo que o ministro da Economia diz defender.

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    A situação é ridícula e o pouco que restava de liberalismo no governo já foi por água abaixo. Até outubro, ainda vamos ver outras estratégias populistas surgindo por aí. Tudo isso porque Bolsonaro não conseguiu fazer o que deveria nos últimos três anos e agora tenta se salvar a todo custo – mas com seu posto Ipiranga nessa nova versão estatizante.

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