O presidente Jair Bolsonaro declarou guerra à Petrobras. E não poupou esforços entre esta quinta, 16, e esta sexta, 17, para mostrar que tentará seu ideário intervencionista contra estatal do petróleo a todo custo.
Após iniciar o ataque durante sua tradicional live de quinta, o presidente tuitou nesta sexta, 17: “A Petrobras pode mergulhar o Brasil num caos. Seus presidente, diretores e conselheiros bem sabem do que aconteceu com a greve dos caminhoneiros em 2018, e as consequências nefastas”.
Bolsonaro pediu reforços, segundo apurou a coluna, e viu o presidente da Câmara, Arthur Lira, fazer coro das suas reclamações: “A República Federativa da Petrobras, um país independente e em declarado estado de guerra em relação ao Brasil e ao povo brasileiro, parece ter anunciado o bombardeio de um novo aumento nos combustíveis”.
O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, fez eco em seguida: “Basta! Chegou a hora. A Petrobras não é de seus diretores. É do Brasil. E não pode, por isso, continuar com tanta insensibilidade, ignorar sua função social e abandonar os brasileiros na maior crise do último século”, disse o integrante mais importante do primeiro escalão do governo.
Em seguida, Nogueira completou: “O governo, Congresso e todos com responsabilidade temos que acabar de vez com esse abuso dos lucros bilionários na hora em que a empresa não pode virar as costas para o Brasil e os brasileiros. Responsabilidade, sim. Falta de visão de país e de solidariedade com a nação, jamais”.
Ou seja, Bolsonaro declarou guerra à estatal do petróleo e chamou o ministro da Casa Civil e o presidente da Câmara para ajudá-lo.
O motivo?
Após fortes pressões do governo, o conselho da estatal do petróleo se reuniu nesta quinta, 16, mesmo durante o feriado de Corpus Christi. Bolsonaro queria que a Petrobras continuasse a segurar os preços dos combustíveis por contas das eleições, mas o conselho definiu que qualquer decisão sobre reajuste é de responsabilidade da diretoria executiva da empresa.
Com a decisão do Conselho, contrariando o governo e liberando a diretoria de responsabilidades, a estatal deve anunciar novos reajustes seja da gasolina, seja do diesel. Os preços nas bombas estão defasados pelo aumento do preço do barril do petróleo no exterior e por conta, obviamente, da subida do dólar.