O espírito de 8 de Janeiro permanece vivo. Não morreu.
Esse é o recado mais importante deixado pelo terrorista Francisco Wanderley, de 59 anos, chaveiro natural de Santa Catarina filiado ao PL de Jair Bolsonaro, o líder da extrema-direita brasileira.
A Polícia Federal e a Abin precisam responder o quanto antes se ele era um lobo solitário ou se o país vive uma onda de terrorismo desde dezembro de 2022, quando foram desativados explosivos perto do aeroporto de Brasília.
Desta vez, o criminoso suicida que se fez homem-bomba, em Brasília, mostrou que havia conseguido entrar, neste semestre, no Supremo Tribunal Federal, assim como na Câmara dos Deputados horas antes do atentado.
É a raposa dentro do galinheiro ou não é?
Isso revela que os órgãos estão vulneráveis a atos dos extremistas de direita no país, sejam coordenados, sejam solitários.
Em um país sem regulamentação das redes sociais, já que as próprias plataformas não se responsabilizam por quem está fazendo ameaça de jogar uma bomba no STF, a Polícia Federal e a Abin precisam assumir esse filtro.
Vai ter muita ameaça que não vai se cumprir, mas vai ter aquela, como a desta quarta, 13, que se cumprirá. No caso de Francisco Wanderley, as redes sociais receberam mensagens que os atentados começariam dia 13 e terminariam no dia 16 de novembro.
Agora, com o espírito de 8 de Janeiro ainda vivo, algumas questões precisam ser resolvidas brevemente pelas autoridades.
É preciso reforçar a segurança dos três poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário. Sabemos o que os extremistas de direita são capazes de fazer.
O novo atentado também enfraquece, de uma vez por todas, o projeto de anistiar pessoas que participaram dos ataques do 8 de janeiro. Os extremistas do dia da infâmia continuam por aí – e com seguidores que tem a mesma intenção de acabar com o estado democrático de direito no Brasil.