A 4 dias do segundo turno, perdendo em todas as pesquisas e vendo seus números estagnados, o presidente Jair Bolsonaro e sua equipe encontraram outro motivo absurdo para tumultuar o processo eleitoral.
Dessa vez, o escândalo vem de dentro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – o servidor que prestou depoimento à Polícia Federal e cometia assédio moral contra outros servidores defendendo a campanha de Bolsonaro.
Segundo apurou a coluna, há suspeitas inclusive de que ele trocava informações com a campanha durante o processo eleitoral, o que pode agravar a situação não só do servidor, mas da própria campanha do mandatário.
Por isso, a reação do TSE foi tão rápida após a exoneração do servidor. Em nota, o tribunal deixou claro que Alexandre Gomes Machado agia politicamente dentro do órgão.
“O Tribunal Superior Eleitoral informa que a exoneração do servidor Alexandre Gomes Machado que ocupava o cargo em comissão de confiança de Assessor (CJ-1) da Secretaria Judiciária foi motivada por indicações de reiteradas práticas de assédio moral, inclusive por motivação política, que serão devidamente apuradas”, informou o TSE.
O tribunal também desmentiu que Alexandre tenha denunciado irregularidades em 2018, como ele alegou em depoimento.
“As alegações feitas pelo servidor em depoimento perante a Polícia Federal são falsas e criminosas e, igualmente, serão responsabilizadas”.
Mais uma vez, Bolsonaro e seus aliados fazem barulho para justificar seu discurso de que há fraudes no sistema eleitoral. Depois de duvidar das urnas eletrônicas, os extremistas agora duvidam das inserções.
A confusão criada pelo caso é exatamente o que o bolsonarismo quer: levantar suspeitas criminosas sobre a transparência das eleições.
Mais do que nunca, é preciso responsabilizar quem, sem o menor cuidado com a harmonia e a democracia, cria caos propositalmente para atrapalhar o bom andamento das eleições.
Faltando apenas 4 dias para o fim da disputa, pode ser que o TSE não tenha tempo hábil para agir. Por isso, caberá a cada eleitor protestar contra o caos criado pelo bolsonarismo nas urnas.
O que diz Alexandre Machado
Em entrevista à CNN, Alexandre Machado afirmou que seu nome está sendo usado de forma indevida pelo TSE. “Eu não fiz nada de errado e fui exonerado sem saber o motivo e sem nenhum tipo de conversa. Acho que estão tentando criar uma cortina de fumaça comigo”. A coluna buscou contato com o servidor exonerado, mas não obteve resposta até a publicação da reportagem.