A primeira pesquisa Datafolha após a redenção política de Lula é uma goleada no presidente Jair Bolsonaro. Não chega a ser um 7 a 1, mas é impressionante a diferença de 18 pontos percentuais no primeiro turno e a de 23 no segundo turno. Mostra como o atual governo tem falhado na pandemia.
Lula aparece com 55% contra 32% de Bolsonaro, se a eleição tiver dois turnos. No primeiro, a diferença é de 41% a 23%.
Faz pouco mais de seis meses que o respeitado cientista político Antonio Lavareda afirmou à coluna que pandemia do coronavírus, de uma forma ou de outra, será a questão chave na eleição de 2022. “Em 2022, o eleitor, quando for votar, vai perguntar: o que você fez por mim durante a epidemia?”, avaliou ele para a coluna.
A pesquisa Datafolha tem ainda um ponto importante: foi realizada presencialmente. Portanto, é mais precisa. Fica plausível, também – comparando com outras pesquisas -, que o fator pandemia-governo Bolsonaro começou a influenciar a imagem do presidente de forma inconteste.
Lula voltou ao cenário político defendendo a vacina para todos, um gabinete de crise semanal para conduzir de forma federal (o que não vimos ainda!) a crise sanitária e ainda ressuscitou o Zé Gotinha. Tudo isso enquanto Bolsonaro manteve a sanha negacionista.
Nesta quarta-feira, 12, enquanto o senador Flávio Bolsonaro chamava o relator da CPI da Covid-19, Renan Calheiros, de “vagabundo”, o que obviamente tomou todos os holofotes, uma fala do filho Zero Um passou enorme recibo.
Disse Flávio Bolsonaro, em meio à xingamentos: “claramente senadores querem usar isso aqui de palanque. Então, […] que a CPI busque colaborar com a vacina no braço do brasileiro. Salvar vidas”.
Diante do comportamento do pai de Flávio nos últimos 15 meses de pandemia, percebe-se, agora, que 1 – o governo percebeu o buraco em que se meteu e 2 – o presidente agora é que não sai mesmo do palanque do qual sempre governou.