Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
Continua após publicidade

A gafe que Lula cometeu contra a própria história

Ao errar novamente em fala de improviso, presidente faz injustiça com seus próprios governos

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 fev 2024, 14h14 - Publicado em 5 fev 2024, 10h45

Como se não bastassem os problemas que Lula tem com sua base no Congresso, o presidente entrou em mais uma enrascada, no final da semana passada, ao falar de improviso em evento na Volkswagen em São Bernardo do Campo. 

Desde que ele assumiu o mandato, isso já aconteceu algumas vezes. 

O presidente já relacionou problemas de saúde mental com violência e disse ver algo positivo na escravidão. Agora, criou mais desconforto ao engrossar o coro de esteriótipos sobre negros e mulheres.

“Essa menina bonita que está aqui. Eu estava perguntando: o que faz essa moça sentada, que eu não ouvi ninguém falar o nome dela? Falei: ‘Ela é cantora. Não, não vai cantar. [Disseram que] não vai ter música’. Então ela vai batucar alguma coisa. Porque uma afrodescendente assim gosta de um batuque de um tambor. Também não é. Falei: ‘Nossa, então ela é namorada de alguém’. Também não é. O que é essa moça? Essa moça foi premiada ano que vem como a mais importante aprendiz dessa empresa e ganhou um prêmio na Alemanha”, disse Lula.

O Brasil sabe que os negros fizeram a mais importante contribuição para a MPB. O samba, o batuque são exemplos da herança africana, mas é errado achar que toda pessoa negra só tem essas qualidades.

Continua após a publicidade

Fato é que a sociedade brasileira é toda marcada pela discriminação e pela criação de estereótipos em relação aos indígenas, aos negros e às mulheres. Constantemente discriminados, podem ser prisioneiros desses estereótipos. 

Quando o presidente faz a declaração acima, alimenta justamente isso.

Não tem nada de errado no ponto de que eles estão na raiz musical e cultural brasileira. Assim é o Brasil. Está chegando a semana do carnaval. E parte fundamental dessa música ritmada, que é a brasileira, veio de nossas raízes africanas. Evidentemente, não veio de Portugal, não é o Fado. Mas o negro e a mulher podem ser o que quiserem hoje. Essa é a questão. 

Lula, aliás, tem contribuído, em todos os seus mandatos, para a ascensão social dos negros, para que eles cheguem a outras posições. Ao agir assim, o presidente é injusto até com a história dos governos dele – com políticas públicas eficientes que conseguiram aumentar e estimular o processo de ascensão social das pessoas negras.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.