Os dois líderes da disputa da cidade (eleitoralmente) mais cobiçada do Brasil – Ricardo Nunes e Guilherme Boulos – têm cometido erros políticos que atrapalharam a largada de suas campanhas.
São Paulo tem um jogo muito peculiar e único na relação com o eleitor, que já entregou mandatos a estreantes na política e não segue padrões que acontecem no resto do Brasil.
Na capital paulista, por exemplo, Nunes, que é de direita, tem mais apoio entre os mais pobres. Boulos, que é de esquerda, vence entre os mais ricos.
Segundo o DataFolha, 26% das pessoas que recebem até dois salários mínimos votariam no atual prefeito. O mesmo levantamento aponta que Boulos alcança 37% entre os eleitores com renda entre cinco e dez salários mínimos.
Mas vamos às falhas, leitores, dos dos candidatos no momento das convenções partidárias.
Em sabatina na última semana, Nunes se enrolou com um segmento do eleitorado que define muitas eleições: as mulheres. Questionado por jornalistas sobre um BO envolvendo violência verbal contra mulher, o prefeito chamou de “fraude”.
O boletim de ocorrência foi realizado por sua mulher, com quem ele permanece casado, e deveria ser esclarecido de alguma outra forma. Chamar de fraude um documento que estava na mão das jornalistas que o questionavam não ajuda em nada.
Boulos, por sua vez, também teve que se explicar nos últimos tempos, o que nunca é bom para um político. Isso porque “passou pano” para o aliado André Janones no caso das rachadinhas.
O candidato do PSOL deu um parecer exageradamente favorável ao parlamentar no conselho de ética da Câmara dos Deputados, o que abriu um flanco para o ataque de adversários e desgastes com a opinião pública.
E esses são só alguns problemas já que nomes como Luiz Datena, Pablo Marçal e a própria Tábata Amaral embolaram o meio de campo da eleição. Eles podem liderar a corrida eleitoral, mas ainda estão longe, bem longe, da palavra vitória.