A caravana do ex-presidente Bolsonaro deve seguir para estados do sul do país, depois da manifestação no Rio de Janeiro. Apesar de aliados afirmarem que o ato foi um sucesso, os números mostram que o evento na orla carioca uniu o equivalente a 18% dos 185 mil presentes na Avenida Paulista, no dia 25 de fevereiro.
O cálculo é do grupo de pesquisa “Monitor do debate político”, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP. A margem de erro é de 12%, para mais ou para menos. O número de manifestantes no Rio foi de 32,7 mil pessoas.
É claro que temos que levar em conta o tamanho de São Paulo, mas talvez a manifestação do último domingo em Copacabana tenha feito com que o núcleo bolsonarista planejasse uma rota mais segura, com apoiadores mais fiéis. Por isso a rota agora deve ser o sul do país.
Integrantes do partido dizem que o palco do próximo ato será Joinville, em Santa Catarina, na primeira quinzena do mês que vem. Informação já anunciada pelo pastor Silas Malafaia, organizador das manifestações. Bolsonaro teve na cidade catarinense 76,6% dos votos, no segundo turno das eleições de 2022.
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, contou à coluna que as próximas paradas serão Curitiba, capital em que Bolsonaro teve quase 65% dos votos, e Porto Alegre que, apesar de Lula ter ganhado com 53%, o ex-capitão tem apoiadores aguerridos.
Na região centro-oeste Bolsonaro “já domina”, diz Valdemar à coluna. Mas Campo Grande (MS) também estará no roteiro. A região norte do país ainda não está no radar por “falta de tempo”. No nordeste, a ideia é ir para Aracaju, por enquanto.
Inelegível, Bolsonaro segue com o objetivo de angariar cada vez mais apoio popular pelo país, diante das investigações que correm contra ele e que tem avançado a passos largos, como no caso da tentativa de golpe, das joias e carteira de vacinação adulterada.
O efeito jurídico dessa estratégia bolsonarista não diz muita coisa, mas o clamor popular vai exigir cada vez mais cautela na hora de executar uma eventual prisão do ex-mandatário do país.