O presidente Lula não deve se posicionar publicamente, por enquanto, sobre a situação eleitoral na Venezuela, que inviabilizou a inscrição da candidata de oposição nas eleições deste ano. A avaliação, feita por integrantes do Palácio do Planalto, é de que o posicionamento do governo brasileiro já foi feito pelo Ministério das Relações Exteriores.
Nesta terça-feira, o Itamaraty mudou o tom pela primeira vez e divulgou uma nota demonstrando preocupação com o processo eleitoral que não permitiu a candidatura da professora universitária Corina Yoris, do partido Vem Venezuela. A principal opositora da legenda María Corina Machado já havia sido impedida de concorrer por uma ação judicial.
O Itamaraty cobrou uma posição do atual governo da Venezuela que seguisse o acordo de Barbados, fechado entre Maduro e oposição, mediado pela Noruega, para a garantia de eleições democráticas. Essa foi a gota d’água para a mudança de tom do governo brasileiro.
O governo venezuelano reagiu de forma dura e disse que a nota do Itamaraty é “intervencionista” e “parece ter sido ditada” pelos Estados Unidos.
A situação, no entanto, tem ficado cada vez mais tensa no país vizinho. Opositores foram se abrigar na embaixada da Argentina temendo uma eventual prisão conduzida pelo governo.