O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, foi o entrevistado do programa Ponto de Vista, de VEJA. O diplomata falou sobre a situação em Israel após o ataque do Irã. No último sábado, o exército iraniano lançou mais de 300 drones e mísseis, que foram interceptados, em grande parte, pelo sistema de segurança israelense. Não houve mortos.

A resposta do Brasil ao conflito foi criticada pela comunidade israelense, por não condenar a ação do Irã. Na nota, o Brasil mostrou preocupação com os acontecimentos no Oriente Médio. Zonshine confirmou que esperava uma reação mais enfática do Itamaraty e que considerou a nota “estranha”.

“Sabemos que o Brasil pode e já fez no passado condenação quando tem embasamento para isso. Condenação de várias naturezas. Foi um pouco estranho que este ataque direto de um país a outro sem uma razão visível não tenha sido condenado. Foi um pouco estranho que não vimos uma condenação clara do lado do Brasil sobre este ataque”, afirmou.

O diplomata também comentou sobre a declaração de Lula, que, em fevereiro, comparou as ações israelenses em Gaza com o Holocausto. Para ele, “a fala foi muito problemática para Israel e para judeus do mundo todo” e a definição de persona non grata feita por Israel para o presidente brasileiro “foi uma reação por causa da maneira série que nós vimos aqui em Israel a fala”. O embaixador ressaltou, contudo, que com o tempo será possível superar a crise.

“Nós consideramos o Brasil um país amigo. E entre amigos às vezes têm desentendimentos. Essa fala foi um pouco acima disso, então por causa disso estamos num tipo de crise, mas acho que com o tempo e com canais diplomáticos relevantes podemos superar esta crise”, salientou.

Assista à entrevista completa:

Sobre o programa

O Ponto de Vista, apresentado por Marcela Rahal, também vai abordar as principais notícias do dia com o colunista Matheus Leitão. O presidente da Confederação Israelita Brasileira, Claudio Lottenberg, também falou ao programa sobre a situação em Israel.

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