O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, reagiu com ironia nesta sexta-feira, 15, após saber que o ex-governador paulista João Doria, presidenciável do partido, havia decidido afastá-lo do comando nacional de sua campanha em razão da falta de firmeza do cacique em defender a sua candidatura à Presidência.
“Ufa! Comando que nunca fiz questão de exercer. Aliás, ele sabe as circunstâncias em que e o porquê ‘aceitei’ à época. Aliás, objetivo cumprido”, postou no Twitter, sem esclarecer quais teriam sido essas circunstâncias. A palavra “aceitei” também veio entre aspas.
Doria anunciou a troca de Araújo pelo ex-secretário do governo paulista, Marco Vinholi, que é presidente da sigla em São Paulo. “Em recentes manifestações durante entrevistas e encontros empresariais, relativizou a candidatura de Doria – que venceu democraticamente as prévias do partido em novembro. Essa postura, considerada pouco agregadora, motivou a decisão”, disse em nota a equipe de Doria.
A candidatura de Doria vem sendo questionada por parte do partido, em especial aquelas controladas por caciques como o senador Tasso Jereissati (CE), o deputado federal Aécio Neves (MG) e o ex-governador gaúcho Eduardo Leite, que foi derrotado nas prévias por Doria, mas insiste em manter o seu nome na disputa para ser o presidenciável do partido.
Quando Doria ameaçou não renunciar ao cargo, no final de março, e desistir da candidatura presidencial em razão dessa oposição interna, Araújo se prontificou a assinar uma carta na qual reafirmava que o paulista era o candidato da sigla e que as prévias seriam respeitadas.
Mas, na prática, ele não estava bancando a candidatura de Doria, como mostrou o blog Radar Econômico de VEJA, que revelou que Araújo surpreendeu os empresários ligados ao movimento Esfera Brasil em jantar na noite de segunda-feira, 11, ao afirmar, sem meias palavras, que o partido não terá candidato próprio à Presidência.