Três más notícias para o governo Lula na nova pesquisa Genial/Quaest
Levantamento indica queda na popularidade do Planalto no Nordeste, principal reduto eleitoral do PT
A mais recente pesquisa de popularidade Genial/Quaest, publicada nesta quarta-feira, 8, traz algumas más notícias para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Embora a avaliação do trabalho do petista tenha oscilado pouco em nível nacional, passando de 51% para 50%, os recortes acendem o sinal vermelho em relação a algumas das principais bases de apoio do petista.
1) Aprovação em queda no Nordeste
No recorte regional, a pesquisa aponta que a avaliação positiva do governo federal oscilou negativamente de 51% para 48% no Nordeste entre fevereiro e maio — é o menor patamar desde que a Genial/Quaest começou os levantamentos periódicos, em abril do ano passado. Já a percepção de atuação “regular” subiu de 25% para 30% no mesmo período, enquanto a visão negativa recuou levemente, de 23% para 21%.
Considerada de importância estratégica para a base eleitoral do PT, o Nordeste tem gerado preocupação particular do partido, que sofre para emplacar nomes fortes para disputar as prefeituras nordestinas e ainda tem dificuldades na formação de alianças locais. O aumento na desconfiança se repete ao redor do Brasil — entre todas as regiões, apenas o Sul demonstrou melhora na aprovação do Planalto, crescendo de 25% para 34% nos últimos três meses.
2) Lulistas mais insatisfeitos
Outro ponto que causa receio é a satisfação decrescente entre eleitores que votaram em Lula no segundo turno em 2022, grupo que inclui tanto os apoiadores de longa data do presidente quanto aqueles que apostaram no “voto útil” contra o então presidente Jair Bolsonaro.
Neste segmento, a avaliação positiva do governo chegou ao ápice em agosto, atingindo 74%, e vem caindo desde então, passando para 65% em fevereiro e batendo em 61% em maio. A rejeição à administração federal ficou estável, em 5%, mas aqueles que consideram o trabalho apenas “regular” subiram de 28% para 33% neste levantamento mais recente.
A parcela da população que optou por Bolsonaro nas últimas eleições, por sua vez, chegou a um patamar estável de rejeição ao governo Lula após seis meses de rápida ascensão. Entre agosto e fevereiro, a desaprovação do petista disparou de 51% para 73%, mas oscilou somente para 72% desde então.
3) Para maioria dos jovens, país está no rumo errado
Questionados pela Genial/Quaest se o Brasil está “indo na direção certa ou na direção errada”, a maioria dos eleitores entre 16 e 34 anos escolheu a segunda opção. Nessa demografia, o descontentamento é cada vez maior: era de 42% em junho do ano passado, subiu para 48% em dezembro e chegou a 54% em maio. Na mesma linha, os jovens que veem o país caminhando na direção correta despencaram de 45% para 37% no mesmo período.
Considerando a idade dos entrevistados, a satisfação com os rumos do país é mais estável entre os mais velhos. No universo do eleitorado acima de 60 anos, a parcela que respondeu “na direção certa” virtualmente não mudou, estacionando em 49% desde dezembro — em junho de 2023, era de 48%. Mesmo os inconformados com o futuro da nação são minoria nesse grupo, mas estão aumentando, passando de 32% para 38% nos últimos seis meses.
O levantamento Genial/Quaest foi conduzido com 2.045 entrevistas face a face de eleitores entre os dias 2 e 6 de maio. O grau de confiança do estudo é de 95% e a margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.