Assine VEJA por R$2,00/semana
Maquiavel Por José Benedito da Silva A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Suspensão, fura-filas e pedido de prisão: as confusões da vacinação no AM

Campanha de imunização no estado é marcada por trapalhadas e suspeitas de irregularidades, que estão sendo investigadas pelo Ministério Público

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 28 jan 2021, 19h38
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Investigações para apurar fraudes e fura-filas nas campanhas de vacinação contra a Covid-19 foram movidas em pelo menos onze estados do país. Mas foi só no Amazonas que as ações judiciais chegaram a medidas drásticas, como um pedido de prisão preventiva contra o prefeito e a secretária municipal de Saúde de Manaus, e decisões judiciais pela suspensão temporária da imunização e de entrega de vacinas.

    Publicidade

    Desde a semana passada, o Ministério Público do Amazonas investiga contratações suspeitas feitas às vésperas da vacinação pela prefeitura de Manaus. Segundo a apuração da Promotoria, esses medidas teriam favorecido pessoas que não faziam parte do grupo prioritário e que mesmo assim foram vacinadas devido às suas “ligações políticas e econômicas” com o atual prefeito, David Almeida (Avante). O pedido de prisão preventiva foi protocolado na última segunda-feira, mas veio à tona nesta quarta-feira, dia 27, quando o juiz plantonista do Tribunal de Justiça estadual, José dos Santos, declinou da competência para julgar o caso.

    Publicidade

    A Justiça Federal também decidiu intervir na vacinação diante da profusão de denúncias de desvios de cargas e fura-filas, que continuam sendo apuradas.  Na terça-feira, dia 26, o órgão determinou a suspensão da entrega das doses Oxford/Astrazeneca em Manaus até que o município implementasse medidas de transparência para a vacinação — a entrega depois foi retomada. Antes, a campanha de imunização já havia sido paralisada na última quinta-feira, dia 21.

    Para piorar a situação, as autoridades ainda cometeram uma série de trapalhadas nos últimos dias. Em 18 de janeiro, uma carga de 25.440 doses de vacina foi enviada por avião a Tabatinga, município que faz fronteira com a Colômbia e o Peru. Verificou-se depois que a quantidade estava acima da prevista, de 21.783, e a cidade precisou devolver o excedente, de 3.657.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Integrantes do governo ainda se queixaram de uma nota técnica emitida pelo Ministério da Saúde que definia a priorização de indígenas aldeados ante os profissionais de saúde. Como não há imunizantes suficientes para todo o grupo prioritário e o Amazonas têm uma população maior de indígenas do que de trabalhadores da saúde, muitos médicos e enfermeiros que estão atuando na linha de frente da Covid-19 acabaram ficando sem vacina.

    A situação se agravou quando se descobriu que secretários e funcionários da prefeitura e médicos recém-formados estavam sendo imunizados antes dos profissionais que estavam trabalhando nos hospitais colapsados da capital e do interior.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Além disso, o governo amazonense ainda perdeu para a Covid-19 a principal coordenadora do programa de vacinas do estado. Na última sexta, 22, morreu por complicações da doença a diretora-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde, Rosemary Pinto. A ela é atribuída a coordenação das ações de combate à pandemia desde o início de 2020.

    As falhas na vacinação não são o único problema do Amazonas. Isolado do restante do país por sua malha rodoviária escassa, o estado enfrenta uma crise sem precendentes de desabastecimento de oxigênio e falta de leitos de UTI.

    Publicidade

    A média de mortes por Covid-19 no estado teve um salto exponencial em janeiro, chegando a mais de 100 por dia — no momento mais crítico de 2020, o patamar era de 60 por dia. É do estado também que surgiu a nova variante do coronavírus, que, segundo estudos preliminares, é mais transmissível do que a variante tradicional e já foi detectada em outros estados, como São Paulo.

    Continua após a publicidade

    Para tentar minimizar a crise, o governo do Amazonas continua transferindo pacientes para outros estados. Nesta quinta-feira, 17 foram encaminhados a hospitais de Curitiba. Ao todo, foram registrados 319 deslocamentos. Em parceria com o Ministério da Saúde, o estado também corre para instalar usinas de oxigênio para abastecer o sistema de saúde da região.

    Publicidade
    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.