Surfista portuguesa é alvo de falso nude feito por IA
Mariana Assis recebeu ameaça de que, se não pagasse 5.000 euros, teria as imagens divulgadas para família, amigos e clientes
A surfista portuguesa Mariana Rocha Assis, de 26 anos, usou as redes sociais para denunciar que foi chantageada por pessoas que ameaçam divulgar fotos suas modificadas por meio de inteligência artificial, nas quais ela aparece sem roupa. Ela afirmou que os criminosos chegaram a cobrar 5.000 euros (quase 27 mil reais na cotação desta quinta-feira, 30) para não ter as imagens divulgadas.
“Tenho passado por um inferno emocional ultimamente e gostaria de compartilhar minha história, pois acredito que há mais vítimas como eu sofrendo com esse novo tipo de assédio”, disse Mariana. Ela relata que no dia 17 de novembro recebeu de um número estranho fotos em que aparecia nua, acompanhadas da ameaça de que, se não pagasse o valor pedido, as imagens seriam divulgadas para familiares, amigos e clientes.
“O mais assustador sobre esses hackers é que eles podem acessar tudo. Perdi muito dinheiro, não preciso especificar quanto, mas com certeza isso me derrubou”, afirmou. “E o mais assustador é que isso está acontecendo com muita gente”.
O uso da inteligência artificial para criar “nudes” falsos a partir de fotos disponíveis na internet tem se tornado cada vez mais comum, e as principais vítimas são as mulheres. Em outubro, a atriz brasileira Isis Valverde procurou a polícia depois de receber fotos suas nua. Eram modificações a partir de imagens em que ela aparecia de biquíni.
Celebridades internacionais
Outras famosas passaram por algo parecido. A atriz israelense Gal Gadot, conhecida por interpretar a Mulher-Maravilha no cinema, teve sua imagem modificada e inserida no contexto de um vídeo pornográfico que viralizou na internet. A cantora Taylor Swift e as atrizes Emma Watson e Scarlett Johansson também foram vítimas desse crime.
O risco da inteligência artificial
No início de novembro, as principais nações do mundo se reuniram para discutir como combater crimes cometidos por meio da inteligência artificial, e formas seguras de utilização da ferramenta. A reunião teve representantes de países como Reino Unido, Estados Unidos e China, e também das empresas de tecnologia.
Na ocasião, os participantes assinaram uma declaração, a primeira da história, na qual classificam a inteligência artificial como um risco potencialmente catastrófico e sugeriram a criação de um modelo de colaboração internacional para regular o uso da ferramenta.