O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira, 21, após uma convocação para prestar depoimento, manter a validade do acordo de colaboração premiada feita pelo tenente-coronel e ex-ajudante de ordens Mauro Cesar Barbosa Cid. Ele depôs perante o gabinete do ministro Alexandre de Moraes durante cerca de três horas nesta tarde. Cid é um dos 37 indiciados pela Polícia Federal pela suposta tentativa de golpe de Estado em 2022.
O acordo de colaboração premiada de Mauro Cid, que o tirou de trás das grades em 2023, foi colocado em xeque nesta semana após a operação da Polícia Federal que prendeu quatro militares e um policial federal suspeitos de arquitetarem o assassinato de Lula, Geraldo Alckmin e Moraes. Os investigadores apontaram que haveria incoerências entre o que Mauro Cid disse no acordo de delação e o que foi encontrado no seu aparelho celular e, com base nisso, pediram que a delação fosse anulada.
O depoimento desta quinta teve como objetivo investigar essas supostas contradições e definir o destino de Mauro Cid. Se o acordo de delação fosse revogado, ele poderia voltar para a prisão preventiva. De acordo com o advogado do ex-ajudante de ordens, Cezar Bitencourt, ele “respondeu a todas as perguntas e ratificou o que já havia afirmado antes”. A decisão de manter o acordo de delação em pé veio do gabinete de Moraes, relator das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado.
Mauro Cid está envolvido em todas as investigações sensíveis para o ex-presidente Jair Bolsonaro. O ex-ajudante de ordens foi preso pela primeira vez em maio de 2023, no caso da fraude aos cartões de vacinação. Ele também é investigado no inquérito das milícias digitais, no das fake news e foi indiciado no da tentativa de golpe de Estado nesta quinta. Para a PF, os trinta e sete investigados cometeram os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.