O tímido crescimento de Alexandre Ramagem (PL) nas últimas pesquisas para a Prefeitura do Rio de Janeiro tem animado lideranças do partido de Jair Bolsonaro, que já apostam em uma estratégia para que o deputado federal chegue ao segundo turno contra o favorito Eduardo Paes (PSD).
Na reta final da campanha, integrantes do partido afirmam que o candidato deverá centrar artilharia no candidato a vice do atual prefeito, o deputado estadual Eduardo Cavaliere (PSD-RJ). O “plano” leva em consideração o fato de que Paes é cotado para disputar o governo estadual em 2026 e que, portanto, precisaria deixar a prefeitura menos de dois anos após assumir o virtual segundo mandato. Publicamente, o prefeito afirma que conduzirá a gestão até o fim.
“A população carioca vai saber que não é o Paes que ficará na cadeira até o final”, diz um importante membro do PL sobre Cavaliere. “Vamos usar isso nas inserções. Com certeza o morador da cidade do Rio de Janeiro não vai querer colocar na mão de um desconhecido a segunda maior cidade do país”, afirma.
Eduardo Cavaliere, de 29 anos, foi escolhido como vice na chapa do atual prefeito após o deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ) desistir da disputa. O jovem, ainda na faculdade de Direito, atuou como ajudante de Paes na campanha para o governo estadual, em 2018, e trabalhou na estratégia da corrida vitoriosa à prefeitura, de 2020. Com o êxito, foi escolhido como secretário municipal de Meio Ambiente, quando acabou licenciando-se para disputar a cadeira na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). Licenciou-se da vaga no Legislativo para assumir a cobiçada Casa Civil de Paes, onde permaneceu até meados deste ano.
Cavaliere também é fundador de uma startup de câmeras de monitoramento que atualmente tem acordos de cooperação junto às Polícias Civil e Militar fluminense.
Disputa
Pesquisa Real Time Big Data divulgada na terça-feira, 24, mostra que Paes segue na liderança, mas com um recuo em relação às últimas semanas. Segundo a sondagem, o atual prefeito tem 57% das intenções de voto — na rodada anterior, de 11 de setembro, ele tinha 59%. A variação está dentro da margem de erro, que é de três pontos para mais ou para menos. Já Ramagem, segundo o instituto, cresceu seis pontos no mesmo intervalo, passando de 16% para 22%.