Líder das pesquisas presidenciais, o pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viajou ao México e se encontrou nesta quarta-feira (2) com Andrés Manuel López Obrador, presidente do país. Caso Lula seja eleito, Obrador deve ser um importante aliado do petista dentro da esquerda latino-americana, mas coleciona algumas polêmicas desde 2018, ano em que assumiu o cargo mais importante do México.
A começar pela gestão negacionista da pandemia, quando Obrador minimizou por diversas vezes a gravidade da Covid-19 e chegou a dizer que nada aconteceria com quem tem contato com a doença. Em 2020, quando não existia vacina, o presidente promoveu eventos lotados e saiu às ruas sem máscaras, pedindo beijos e abraços. Apesar disso, se vacinou no ano seguinte.
Apesar da fama de progressista, as crises de AMLO chegaram às pautas feministas. Por mais de uma vez, o presidente mexicano criticou as manifestações das mulheres no país, chegando a chamá-las de “autoritárias e fascistoides. É Hitler, é Franco, é Pinochet”. Também defendeu o apoiador Félix Salgado Macedonio, denunciado por estupro, quando este saiu como candidato ao governo do estado de Guerrero. Por fim, disse que não manifestaria sua opinião pessoal na época em que a Suprema Corte mexicana descriminalizou o aborto, em 2021.
López Obrador tampouco conservou boa relação com a imprensa. Durante o seu mandato, ele foi acusado de espionar jornalistas e críticos ao governo. De 2018, início do seu governo, até 2021, 19 jornalistas morreram no México, o que tornou o país o mais perigoso para o jornalismo no Hemisfério Ocidental segundo o Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ) no México. O presidente negou que espione ou defenda a violência contra a imprensa.
Outras polêmicas do mexicano passam por conflitos com o setor energético do país. Durante seu governo, transformou a reforma elétrica em uma prioridade ao reverter o sistema em vigor e priorizar o fornecimento de uma empresa estatal, a Comissão Federal de Eletricidade (CFE), em detrimento da iniciativa privada. A medida pode ser interpretada como movimento político, uma vez que barateia a conta de luz de seus eleitores. No entanto, também míngua novos investimentos, sobretudo em fontes renováveis.