Quem é o bolsonarista que atirou e matou um militante do PT no Paraná
Jorge José da Rocha Guaranho é policial penal federal e defende o uso de armas
O policial penal Jorge José da Rocha Guaranho, 38, acusado de matar o guarda municipal e tesoureiro do PT Marcelo Aloizio de Arruda, no aniversário de 50 anos da vítima, em Foz do Iguaçu (PR), se apresenta nas redes sociais como conservador, cristão, contrário ao aborto e favorável ao uso de armas como método de defesa. Da sua pistola Taurus .40, com capacidade para armazenar dezesseis projéteis, ele desferiu os três tiros que mataram Arruda. A arma e as onze munições que estavam no carregador foram apreendidas e passarão por perícia.
O acusado ainda não prestou depoimento, pois se encontra internado em estado grave. Nesta segunda, 11, a Justiça decretou sua prisão preventiva, mas a defesa solicitou que ele possa ser recolhido em casa. O pedido ainda não foi analisado.
Com um salário de 6.000 reais mensais como policial penal, Guaranho é casado e vive em uma residência térrea de uma rua tranquila, no bairro Jardim das Laranjeiras, em Foz do Iguaçu. Antes de efetuar os disparos, o acusado estava com a esposa em um Hyundai Creta branco. O veículo ficou estacionado na entrada da casa, próximo ao local dos tiros.
Um agente que chegou ao local do crime logo depois dos disparos relatou ao delegado que cuida do caso como encontrou o atirador e a vítima caídos. “Marcelo Aloizio de Arruda, guarda municipal, estava caído ao solo, a princípio com duas perfurações de arma de fogo. Sua arma institucional se encontrava ao seu lado, uma pistola Taurus/pt 59 .380, devidamente municiada, com duas munições intactas no carregador, que também se encontrava o outro envolvido, Jorge José da Rocha Guaranho, policial penal federal, também caído ao solo. A principio com três perfurações de arma de fogo, sua arma institucional se encontrava ao seu lado, uma pistola Taurus 24/7 cal.40, devidamente municiada, com onze munições marca CBC intactas no carregador.”
O policial também relatou em depoimento as causas que teriam motivado o assassinato. “Após o ocorrido, todas as testemunhas relataram que estavam na festa de aniversário, quando Jorge, que era desconhecido por todos no local e também não era convidado, chegou no local em um veiculo Hyundai/Creta de cor branca, juntamente com uma pessoa do sexo feminino e uma criança de colo, a princípio sua esposa e filha. Jorge desceu do veículo, com a arma de fogo em mãos, e aos gritos dizia ‘Aqui é Bolsonaro‘. Após isso ele saiu do local em seu veículo, mas cerca de vinte minutos depois retornou ao local sozinho, com a arma de fogo em mãos. Marcelo sacou sua arma de fogo e também se identificou com sendo guarda municipal. Jorge, ignorando isso, efetuou os primeiros disparos, acertando Marcelo, que, revidando a injusta agressão, efetuou vários disparos, acertando Jorge.”