Quem é Mauro Cid, ex-ajudante de Bolsonaro preso pela Polícia Federal
Tenente-coronel foi uma das figuras mais próximas do ex-presidente no Palácio do Planalto e está envolvido em polêmicas como a das joias sauditas

Preso na manhã desta quarta-feira, 3, o tenente-coronel Mauro Barbosa Cid é ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro e era uma das figuras mais próximas do ex-presidente no dia a dia no Palácio do Planalto.
O militar do Exército foi alvo de operação da Polícia Federal que visa a esclarecer a inserção de dados falsos de vacinação contra Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde. Também foram presos dois ex-seguranças de Bolsonaro — o ex-sargento do Bope do Rio de Janeiro Max Guilherme e o capitão da reserva do Exército Sérgio Cordeiro.
Com mais de vinte anos de Exército, Mauro Cid é filho do general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid — que foi colega de turma de Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras na década de 1970. O tenente-coronel assumiu o posto de ajudante de ordens do ex-presidente no início do mandato, em janeiro de 2019. Sua principal função era ser o “braço direito” de Bolsonaro — era ele quem o acompanhava em viagens, carregava objetos, intermediava contatos e passava informações ao ex-presidente. Era ele também que ajudava o ex-capitão nas antigas lives semanais e que, por vezes, filmava o encontro matinal com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.
Mauro Cid também entrou no radar da investigação da Polícia Federal que apura as joias recebidas por Bolsonaro da Arábia Saudita. Foi ele quem, no decorrer da trapalhada burocrática, ficou responsável por tentar reaver e regularizar os bens retidos na Receita Federal do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Na última semana, a PF intimou o tenente-coronel e o secretário especial da Receita Julio Cesar Vieira Gomes a prestarem novos depoimentos sobre o imbróglio.
O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro também é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de estar envolvido no vazamento de informações sigilosas a respeito de um suposto ataque hacker ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e de investigação da PF que apura se o ex-ajudante operava um “caixa paralelo” no Planalto, por meio de saques feitos com cartões corporativos.