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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Quem é Léo do Moinho, apontado como líder do tráfico na Cracolândia

Criminoso seria chefe de uma 'empresa do crime' com divisão de tarefas e planejamento de lucro ilícito, segundo o Ministério Público

Por Valmar Hupsel Filho Atualizado em 6 ago 2024, 11h42 - Publicado em 6 ago 2024, 09h28
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  • Principal alvo da operação deflagrada nesta terça-feira, 6, para desbaratar a quadrilha que seria responsável por gerir o “ecossistema do crime” na Cracolândia, Leonardo Monteiro Moja, conhecido como Léo do Moinho, é apontado há ao menos sete anos como líder do tráfico de entorpecentes e outros crimes como roubos e homicídios na região central de São Paulo. É dele, segundo o Ministério Público, o controle territorial da atividade criminosa e a palavra final nos “tribunais do crime” da região da Cracolândia.

    Segundo os investigadores, teria partido dele a ordem de execução do socorrista Bruno de Oliveira Tavares, em 2017, após ser confundido com um inimigo ao entrar na Favela do Moinho para atender uma pessoa.

    Léo do Moinho já foi preso ao menos duas vezes, a última delas em 2021, quando foi localizado em uma cobertura de luxo em Praia Grande, no litoral paulista. Ele também foi capturado em 2017, junto com mais de 50 pessoas, quando foi realizada uma operação na Cracolândia para dispersão de usuários de drogas na região.

    Segundo o Ministério Público, até a expedição de um novo mandado de prisão, Leonardo estava em liberdade condicional desde junho de 2023, mas continuava gerindo estabelecimentos comerciais na região, como estacionamentos, hotéis e casas de hospedagem usados para armazenamento de drogas e outras atividades ilícitas, por meio de laranjas. Com a ajuda do Coaf, os investigadores identificaram intensa movimentação financeira de auxiliares de Léo do Moinho e em favor dele.

    Os testas de ferro são incluídos como sócios de empresas como ferros-velhos, salões de beleza, clínicas de estética e lojas de autopeças na região central de São Paulo sem ter, segundo o Ministério Público, lastro financeiro para figurar como tal.

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    Um deles, que figura como sócio de uma hospedaria, movimentou mais de 600 mil reais em seis meses. Parte dessa movimentação, conforme os investigadores, se deu por meio de depósitos e saques sequenciados e em espécie, “o que pode indicar tentativa de dificultar a origem dos recursos”.

    Ao pedir a prisão de Léo do Moinho, o Ministério Público apontou os crimes de organização criminosa, da qual teria posição de comando, além de receptação qualificada; favorecimento da prostituição; redução à condição análoga de escravo; tráfico de entorpecentes; e associação para o tráfico e lavagem de capitais.

    “Leonardo Moja exerce a liderança central de todo esquema criminoso existente na região central de São Paulo”, afirma o Ministério Público. “Na condição de faccionado do Primeiro Comando da Capital, planejou e edificou uma verdadeira ‘empresa do crime’, com divisão de tarefas, planejamento de lucro ilícito, domínio territorial, violência, intimidação, imposição da ‘disciplina’, além de envolver a corrupção de agentes públicos e a lavagem de capitais”.

     

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