Uma surpresa tomou conta do meio político após um pré-candidato estreante aparecer colado aos nomes da chamada terceira via em pesquisa do Ipec (instituto criado por ex-executivos do Ibope) sobre a eleição presidencial de 2022, divulgada nesta terça-feira, 14.
A cara nova no levantamento é a do deputado federal André Janones (Avante-MG), que pontuou 2% e ficou empatado tecnicamente com três nomes que se apresentam como alternativa ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT): Sergio Moro (6%), Ciro Gomes (5%) e João Doria (2%). A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Janones, embora também empatado tecnicamente, aparece à frente numericamente de outros nomes da terceira via, como Simone Tebet (MDB), que tem 1%; e Alessandro Vieira (Cidadania), Luiz Felipe d’Ávila (Novo) e Rodrigo Pacheco (PSD), que não pontuaram.
Caminhoneiros
André Janones, que é advogado, ganhou destaque em 2018, quando se tornou uma espécie de porta-voz informal dos caminhoneiros durante a greve da categoria no governo Michel Temer (MDB) — um vídeo gravado por ele numa estrada de Mina Gerais alcançou mais de 15 milhões de visualizações. Hoje, ele tem quase 8 milhões de seguidores no Facebook e 128 mil no Twitter. No seu último post no Facebook, no qual defendeu o Auxílio Brasil de 400 reais, ele obteve 2,2 milhões de visualizações.
Ao lançar a sua pré-candidatura, o deputado, que não é ligado nem a Bolsonaro nem a Lula (apesar de ter sido filiado ao PT de 2003 a 2012), também atacou a terceira via. “Essas candidaturas continuam deixando de fora os que realmente deveriam ser os protagonistas das discussões políticas: os mais pobres, os trabalhadores, quem está na favela e, normalmente, é excluído”, disse ao jornal O Estado de Minas.
Mas nem só de popularidade vive o deputado. Além disso, ele coleciona algumas polêmicas em sua atuação como parlamentar. Em 2019, ele foi parar no Conselho de Ética da Câmara por ter chamado seus colegas de Casa de “canalhas”, “vagabundos” e “bandidos”. No fim, ele acabou absolvido após pedir desculpas – o órgão entendeu que ele agiu nos limites da liberdade de seu mandato.
À época em que estava em jogo a disputa da presidência da Câmara, em janeiro de 2019, o deputado se declarou como um dos pleiteantes, mas sua candidatura não decolou. Para cacifar, ele dizia que era um “candidato do povo”, mas reclamava que a imprensa “escondia” sua candidatura.
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