Jair Bolsonaro já estava otimista com a vitória de Donald Trump mesmo quando as pesquisas americanas apontavam um cenário eleitoral indefinido. Com a confirmação da volta do republicano à Casa Branca, o ex-presidente rapidamente se manifestou comemorando o triunfo. Agora, a expectativa dele se volta para a cerimônia de posse de Trump. Em entrevista recente à VEJA, Bolsonaro já contava em ser um dos convidados para o evento. “Se ele ganhar, vai me convidar”, afirmou.
Caso o convite se confirme, o que parece mesmo provável diante da afinidade ideológica entre os dois, as autoridades brasileiras, em especial o STF, vão enfrentar a primeira saia justa com Trump. Como o passaporte de Bolsonaro foi apreendido no começo do ano pela PF por decisão do ministro Alexandre de Moraes, no âmbito das investigações sobre a tentativa de golpe, o ex-presidente vai precisar de uma autorização do Supremo para poder sair do país. “Não sei se vão liberar meu passaporte”, disse o ex-presidente a VEJA.
O histórico não é favorável a Bolsonaro. Em março, a defesa do ex-presidente tentou recuperar o documento para viabilizar uma viagem dele a Israel. Moraes negou o pedido, baseando-se em manifestação do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que foi no mesmo sentido.
Mesmo contrariado com a retenção do passaporte, Bolsonaro diz que vai continuar respeitando a Justiça. “Com todo o respeito, hoje em dia, se eu quiser sair do Brasil sem passaporte tem como eu me virar e sair. Mas eu não vou fazer isso, pois não devo nada”, disse ele a VEJA.