Em encontro com empresários na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) nesta terça-feira, 9, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou a uma plateia de empresários que, caso volte ao Palácio do Planalto após as eleições de outubro, fará um governo baseado em “credibilidade, estabilidade e previsibilidade”.
“Nada será feito de surpresa, não haverá política de surpresa. Na minha vida não existe isso. Tudo será motivo de discussão, tudo será público”, declarou.
Líder nas pesquisas de intenção de voto à Presidência, Lula também falou em restabelecer a “normalidade” no país. Ele criticou as relações entre os poderes e o “orçamento secreto”, que transferiu boa parte da gestão do dinheiro da União ao Congresso e empoderou o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
“Nem a Suprema Corte pode fazer política nem o Congresso pode fazer o papel da Suprema Corte. Restabelecer a normalidade, o governo executa. Esse governo não está executando nem o orçamento. Nunca vi na história brasileira essa palavra ‘orçamento secreto’. Uma gravidade tão grande que os ministros não liberam mais dinheiro, eles ligam ao presidente da Câmara para liberar dinheiro, isso virou normal”, disse Lula.
Teto de gastos
Diante dos empresários, o petista também respondeu a quem cobra que ele se comprometa com a responsabilidade fiscal e criticou o teto de gastos. Em encontros com a classe, com sua presença ou a de emissários, esse tem sido um dos tópicos lembrados como característica de seus dois governos, entre 2003 e 2010. Sobre o teto, seus aliados têm dito ao mercado que uma nova regra fiscal só seria apresentada a partir de 2023.
“Muita gente diz que preciso falar na responsabilidade fiscal, fico ofendido. Porque quem não tem responsabilidade fiscal cria teto de gastos. Quem tem responsabilidade na sua origem não precisa de teto de gastos”, afirmou Lula, em discurso de cerca de 40 minutos. “Essa coisa fiscal levo muito a sério”, afirmou.