A Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram nesta quinta-feira, 28, uma operação para desmantelar organização criminosa que contava com influencers que ensinavam seus seguidores a importar irregularmente produtos eletrônicos do Paraguai e comercializar no país driblando a cobrança de impostos. O prejuízo ao erário é estimado em 80 milhões de reais.
Ao todo, 300 policiais federais e 133 servidores da Receita Federal, entre auditores fiscais e analistas tributários, cumpriram 76 mandados judiciais de busca e apreensão e de sequestro de veículos nos estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Amazonas. A operação, batizada de Hidden Circuit, tem o objetivo de combater os crimes de descaminho, organização criminosa, evasão de divisas, incitação ao crime e lavagem de capitais.
A ação desta quinta-feira é um desdobramento da Operação Mobile, deflagrada em abril deste ano e iniciada a partir da prisão em flagrante de transportadores de mercadorias contrabandeadas, especialmente eletrônicos.
As investigações apontaram para a existência de um grupo criminoso que atuava na importação clandestina, no transporte, depósito e na comercialização de produtos contrabandeados nas cidades de Goiânia (GO), Anápolis (GO), Palmas (TO), Manaus (AM) e Confresa (MT). Os materiais eram oriundos do Paraguai.
Segundo os investigadores, as empresas investigadas realizavam movimentação financeira milionária e utilizavam criptomoedas para as transações ilegais e para a lavagem do dinheiro oriundo dos crimes.
Entre os alvos da operação estão influenciadores digitais que atuavam como “coaches” e que se autointitulavam “especialistas” na importação de eletrônicos. Segundo os investigadores, eles ministravam cursos ensinando seus seguidores a fazerem importação clandestina de produtos sem o recolhimento de impostos.Também orientavam como proceder para “se ocultarem” das autoridades estatais.
Vida de luxo
De acordo com a PF, esses influencers ostentavam uma vida de luxo na internet, realizando postagens de viagens e com carros importados provenientes dos lucros das atividades ilícitas. Os investigados irão responder pelos crimes de descaminho, organização criminosa, evasão de divisas, incitação ao crime e lavagem de capitais.
O nome da operação se refere ao fluxo ou circuito que a organização criminosa utilizava e que funcionava de maneira oculta das autoridades estatais, descoberto por meio da presente investigação policial.