O senador e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), disse que não houve indício de crime suficiente para embasar a operação realizada pela Polícia Federal nesta terça, 19. Cinco militares próximos do governo anterior foram presos porque teriam tramado uma tentativa de golpe de Estado e os assassinatos de Luiz Inácio Lula da Silva, de Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes no final de 2022.
“Por mais que seja repugnante pensar em matar alguém, isso não é crime. E, para haver uma tentativa, é preciso que sua execução seja interrompida por alguma situação alheia à vontade dos agentes. O que não parece ter ocorrido”, disse o senador nas redes sociais nesta terça. Em seguida, ele emendou: “decisões judiciais sem amparo legal são repugnantes e antidemocráticas”.
A operação desta terça foi autorizada por Moraes, que disse que “os elementos trazidos aos autos comprovam a existência de gravíssimos crimes e indícios suficientes da autoria, além de demonstrarem a extrema periculosidade dos agentes, integrantes de uma organização criminosa, com objetivo de executar atos de violência, com monitoramento de alvos e planejamento de sequestro e, possivelmente, homicídios”.
Quer dizer que, segundo a imprensa, um grupo de 5 pessoas tinha um plano pra matar autoridades e, na sequência, eles criariam um “gabinete de crise” integrado por eles mesmos para dar ordens ao Brasil e todos cumpririam???
Por mais que seja repugnante pensar em matar alguém, isso…— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) November 19, 2024
Antes da sua deliberação, a Procuradoria-Geral da República (PGR) foi ouvida e avalizou os pedidos feitos pela Polícia Federal. “Há provas suficientes da existência do crime e indícios razoáveis de autoria, já abordados, que vinculam Hélio Ferreira Lima, Mário Fernandes, Rafael Martins de Oliveira, Wladimir Matos Soares e Rodrigo Bezerra de Azevedo aos fatos”, disse o PGR sobre os cinco militares presos.
De acordo com a decisão e os trechos do pedido da Polícia Federal que constam no documento, os cinco militares teriam criado e organizado um grupo no aplicativo de mensagens Signal, usando chips telefônicos em nome de terceiros, para arquitetar o crime. O texto do plano do grupo chegou a ser impresso dentro das dependências do Palácio do Planalto, quando Bolsonaro ainda estava no local.