O ex-piloto Emerson Fittpaldi, bicampeão de Fórmula 1 (em 1972 e 1974), quer agora seguir outra carreira. Sem nunca ter tido qualquer experiência política, ele está disputando uma vaga no Senado da Itália, o que é possível em razão de ter cidadania daquele país. Mas há vários obstáculos na pista para o brasileiro conseguir o posto.
A primeira delas é retrospecto do país nesse tipo de empreitada. Desde que a vaga para a América do Sul foi criada, apenas um brasileiro, Fausto Longo, se sagrou vitorioso, em 2013. Para chegar lá, é preciso mobilizar os 430.000 cidadãos italianos que moram no Brasil e têm até o domingo, 18, para enviar os seus votos pelo correio. A dificuldade é que só a Argentina tem quase o dobro de eleitores. Não por acaso, em 2018, os escolhidos acabaram sendo dois argentinos — foi a última vez que o subcontinente teve direito a dois senadores e quatro deputados.
Outra dificuldade é a concorrência. Além dos oito argentinos, uma uruguaia e um venezuelano, Fittipaldi terá a concorrência de mais três brasileiros. Um dos adversários é o ex-vereador paulistano Andrea Matarazzo, um político experiente, que já foi filiado ao PSDB e hoje e está no PSD. Além de vereador, ele foi secretários na prefeitura de São Paulo na gestão Gilberto Kassab (PSD) e no governo do estado em um dos mandatos de Geraldo Alckmin, então no PSDB. Há ainda os advogados Luciana Lastro e Marcelo Zovico – este trabalhou por seis anos no consulado da Itália em São Paulo. Na tentativa de convencer seus eleitores, a tática é apostar em vídeos nas redes sociais e em reuniões com associações de ítalo-descendentes.
Quem for eleito terá direito a um salário mensal de 5.400 euros por mês e precisará ter residência em solo italiano. A função é exatamente igual a de qualquer outro senador eleito na Itália, mostra reportagem de VEJA na edição desta semana.