Os dilemas financeiros da campanha de Sergio Moro à Presidência
Verba pequena do Podemos comparado aos caixas robustos dos rivais pode complicar as pretensões eleitorais do ex-juiz
Enquanto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) podem planejar suas campanhas para este ano contando com, respectivamente, a segunda e a quarta maior fatia do Fundo Eleitoral de 2022, com quase 600 milhões de reais para o primeiro e mais de 350 milhões para o segundo, o ex-juiz Sergio Moro tem se deparado nos últimos dias com a dura realidade de ter se filiado a um partido menor, o Podemos, para a disputa neste ano. O partido tem previsão de receita de 229 milhões, uma fração da verba dos rivais, que será dividida com uma bancada que já recebeu promessa, da presidente Renata Abreu, de auxílio para a disputa deste ano.
Moro vem fazendo as contas e já teria se dado conta de que o dinheiro não seria suficiente nem para percorrer o país em um jato particular, o que faria o candidato ter de usar aviões comerciais, sujeitos a horários que não são definidos por ele. Esse é um fator que vem fazendo com que caciques de diferentes partidos apostem em uma aliança de Moro com o União Brasil, partido que nasceu da fusão de DEM e PSL, e que terá um fundo de cerca de 950 milhões para a eleição deste ano. Mas, apesar da ideia contar com a simpatia do deputado federal Luciano Bivar, presidente da nova sigla, um possível apoio a Moro por parte do União Brasil está praticamente descartado.