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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Operação da Polícia Federal: empresários presos foram alvos das CPIs

Joveci Xavier e Adauto Mesquita foram alvos de pedidos de indiciamento por terem financiado os atos de 8 de janeiro, segundo os investigadores

Por Valmar Hupsel Filho Atualizado em 9 Maio 2024, 09h56 - Publicado em 29 fev 2024, 11h21

Na 25ª fase da Operação Lesa Pátria, deflagrada na manhã desta quinta, 29, dois dos três mandados de prisão preventiva têm como alvos empresários do setor atacadista do Distrito Federal. Joveci Xavier de Andrade e Adauto Lúcio de Mesquita são sócios nas empresas Melhor Atacadista, Garra Distribuição, Canal Distribuição e Marcas Premiumda, com filiais no interior de Goiás. Eles foram presos pela Polícia Federal sob a acusação de serem financiadores do acampamento bolsonarista em frente ao Quartel do Exército, na capital federal, de onde partiu grande parte dos manifestantes que invadiram e depredaram as sedes dos três Poderes, em 8 de janeiro de 2023.

Os empresários estiveram na mira das duas comissões parlamentares de inquérito que investigaram os atos de 8 de janeiro, no Congresso Nacional e na Câmara Legislativa do Distrito Federal, e estão entre os alvos de pedidos de indiciamento. Segundo relatório da CPI do Senado, com base nas investigações da Polícia Civil do DF, Adauto Mesquita e Joveci Andrade estiveram presentes na Esplanada dos Ministérios em 8 de janeiro e participaram ativamente dos atos.

Segundo a CPI, eles também teriam patrocinado o fornecimento de alimentos, água e banheiros químicos aos acampamentos golpistas, além de organizado a instalação de outdoors com teor político, contratado trio elétrico e operado como arrecadadores de recursos para o aluguel das lonas que serviam de proteção aos manifestantes. Também teriam atuado, segundo os investigadores, na organização de eventos para arrecadação de recursos para os atos.

“Assim, Adauto Lúcio de Mesquita e Joveci Xavier deAndrade devem ser responsabilizados pelo crime de incitação ao crime (art.286, CP)”, diz o relatório, aprovado pelos senadores em outubro de 2023. O texto conclui afirmando que “investigações mais aprofundadas são necessáriaspara apurar o envolvimento desses indivíduos com crimes mais graves,especialmente contra o Estado Democrático de Direito”.

O que disseram os empresários?

Em 4 de maio de 2023, Adauto Mesquita depôs na CPI da Câmara Legislativa do DF e disse ter doado R$ 10 mil para a campanha á reeleição do então presidente Jair Bolsonaro. Contou ainda ter feito ao menos três doações para o acampamento em frente ao QG do Exército, nos valores de R$ 100, R$ 1000 e R$ 1000, mas negou que tenha patrocinado as manifestações. Ele também afirmou ter ido “três ou quatro vezes” ao acampamento.

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Aos deputados distritais, o empresário de 55 anos afirmou que no dia 8 de janeiro de 2023 chegou à Esplanada dos Ministérios por volta das 16h50, após a invasão dos prédios, e que não imaginou que a manifestação deixaria de ser pacífica. Ele disse que não entrou e nem fomentou a invasão aos prédios do Três Poderes, e confessou que estava arrependido de ter participado das manifestações.

Joveci depôs no dia 13 de abril de 2023 à CPI dos Atos Antidemocráticos. Ele negou o financiamento dos acampamentos e disse que, no dia 8 de janeiro, chegou ao centro de Brasília por volta das 17h, após a invasão e quebra-quebra nos prédios.

Apesar da negativa dos empresários, a CPI identificou, ao após quebra de sigilo bancário, que eles “interagiram financeiramente” com a empresa responsável pelo trio elétrico usado em 8 de janeiro. Além disso, comprovantes de transações financeiras por meio de PIX revelaram que os empresários contribuíram para o pagamento das tendas utilizadas no acampamento. A CPI entendeu haver “elementos de informação aptos a justificar” a recomendação de indiciamento de Joveci e Adauto por incitação ao crime equiparado pela animosidade das Forças Armadas contra os poderes constitucionais), e associação criminosa.

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PF cumpre 34 mandados

Ao todo a PF cumpre nesta quinta-feira  34 mandados judiciais, sendo 24 de busca e apreensão e sete de monitoramento eletrônico, além dos três de prisão preventiva. Todos os mandados foram expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, e estão sendo cumpridos no Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Tocantins, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Espírito Santo e Distrito Federal.

Em nota, a defesa dos empresários afirmou que ainda não teve acesso aos autos e que pretende “esclarecer todos os fatos”.

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