O que diz Zema sobre a disputa do espólio eleitoral de Bolsonaro em 2026
Governador de Minas Gerais aponta a necessidade de parceria com o governo Lula: 'Temos hoje a melhor relação possível'

Em um mês de governo Luiz Inácio Lula da Silva, os governadores dos 26 estados e do Distrito Federal já se reuniram ao menos duas vezes com o novo presidente — e, pode-se dizer, saíram do encontro com boas perspectivas de entregas de obras e programas em seus estados e de andamento a assuntos de interesse conjunto, como a discussão da recomposição do ICMS, o principal imposto estadual.
O cenário de otimismo vale inclusive para aliados, até agora, de Jair Bolsonaro que, naturalmente, fizeram duras críticas a Lula ao longo das eleições e após a posse, como Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais. O que ambos têm em comum, no entanto, vai além do alinhamento ‘bolsonarista’ e de chefiarem os dois maiores colégios eleitorais do país — os mandatários somam-se a um rol de eventuais candidatos a disputar, em 2026, o espólio político deixado pelo ex-capitão, caso o ex-presidente não chegue às urnas.
Apesar da necessidade real que já se descortina de um nome que ocupe o vácuo deixado por Bolsonaro entre seus 58 milhões de eleitores de direita e centro-direita — dois milhões a menos do que Lula –, a exemplo do que se verificou no segundo turno, os eventuais postulantes estão mais preocupados com outras tarefas. Para Tarcísio e Zema, no caso, a prioridade é por a casa em ordem — a começar pela conclusão e a entrega de obras em parceria com o governo federal, como prometido por Lula e Rui Costa (Casa Civil), e pelo equilíbrio das contas públicas dos estados.
“Temos hoje a melhor relação possível com o presidente da República. Nossa prioridade em Minas é trabalhar pela qualidade de vida dos mineiros e, para tanto, precisamos ter diálogo com a União e desenvolver políticas públicas juntos. Nosso foco está voltado para a gestão do estado e para a melhoria dos serviços públicos”, diz Zema a VEJA.
Questionado sobre a eventual possibilidade de uma disputa presidencial em 2026, o governador diz que está integralmente voltado à administração do estado. “Acabamos de sair de uma eleição. Pelos próximos quatro anos, vamos focar nos muitos desafios de gestão que ainda temos em Minas Gerais. Agora, teremos um pouco mais de tranquilidade, depois de arrumarmos a casa no primeiro mandato e conseguirmos aumentar os investimentos no estado, colocar os salários dos servidores em dia e quitar as dívidas com as prefeituras herdadas da gestão passada”, diz o mandatário.