O que disse Rosa Weber sobre o 8 de Janeiro em sua volta ao STF
Ex-presidente da Corte falou como convidada em evento que relembra atentados em Brasília
A ministra aposentada do Supremo Tribunal Federal (STF) e ex-presidente da Corte, Rosa Weber, classificou como “investida autoritária e obscurantista” a depredação dos prédios dos Três Poderes, em Brasília, ocorrida em 8 de janeiro de 2023, por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. A declaração foi dada nesta segunda-feira, 8, durante sessão solene no Supremo que relembra um ano dos atentados na capital.
“8 de janeiro de 2023 se consolida como uma marca indelével na história da democracia constitucional do nosso país, pelo ataque sofrido numa investida autoritária, espúria, obscurantista e ultrajante, insuflada pelo ódio e pela coragem da ignorância contra as instituições democráticas”, declarou a jurista, que era presidente do Supremo na data dos atos. Ela se aposentou no último mês de setembro, dois dias antes de completar 75 anos.
Por outro lado, Rosa Weber ressaltou que a reação do Estado brasileiro aos atos antidemocráticos foi proporcional aos ataques e demonstrou a força da democracia nacional. “Há de constituir sempre o dia da infâmia, mas com uma dupla face, que é o dia da resistência da democracia constitucional, que restou inabalada. Há de ser sempre relembrado, para que jamais se repita”, afirmou.
Solenidades em Brasília
A sessão solene da qual participou Rosa Weber faz parte de um circuito de cerimônias realizadas hoje, em Brasília, com o objetivo de marcar um ano da tentativa de golpe liderada por bolsonaristas insatisfeitos com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas urnas.
Na tarde de hoje, no Congresso Nacional, ocorre uma reunião com uma ampla lista de autoridades dos Três Poderes. Batizado de “Democracia Inabalada”, o evento terá a presença de Lula, dos presidentes Rodrigo Pacheco (PSD-MG), do Senado, e Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, além de ministros do governo, parlamentares e ex-integrantes do STF.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), cancelou a participação em razão de um problema de saúde na família. Pelas redes sociais, Lira celebrou a resistência da democracia e afirmou que “todos os responsáveis” pela depredação dos prédios em Brasília “devem ser punidos com o rigor da lei”.