Raquel Lyra (PSDB) já enfrenta o primeiro contratempo em sua gestão à frente do estado de Pernambuco. Uma das primeiras medidas da governadora após a posse foi editar um decreto para exonerar todos os servidores comissionados da administração direta, autarquias e fundações da administração estadual.
No texto assinado na terça-feira 3, Lyra também dispensou os servidores efetivos do exercício de funções gratificadas de supervisão, apoio e assessoramento e revogou todas as cessões de funcionários e a concessão das licenças para trato de interesse particular. “Pernambuco sofre com fome, violência, saúde ruim. Pra mudar, faremos as coisas de jeito diferente do passado. Exoneramos cargos comissionados do antigo governo. Em áreas essenciais, como escolas, hospitais e presídios, profissionais serão mantidos. Pernambuco vai mudar”, justificou.
O ato, que deveria marcar de forma positiva o início de seu mandato, acabou trazendo problemas à tucana. A medida foi criticada e causou reação de sindicatos e políticos pernambucanos. Tanto que um dia depois, na quarta-feira 4, a governadora republicou o decreto para acrescentar mais exceções à lista de categorias que seriam poupadas da exoneração em massa: foram incluídas as equipes gestoras das escolas regulares, técnicas e de referência da rede estadual de ensino, como diretores, secretários e educadores de apoio.
A senadora eleita Teresa Leitão (PT-PE) afirmou que a iniciativa desestabilizou o serviço público. “O decreto administrativo da governadora Raquel Lyra causou uma corrida aos sindicatos. Os servidores foram buscar garantia de direitos. Fui contactada pela coordenação do Fórum de Servidores para mediar uma reunião com o governo e já o fiz”, escreveu nas redes sociais.
O senador Humberto Costa (PT-PE) disse que acompanha o desenrolar da decisão de Lyra com muita preocupação e que a medida deveria ter sido anunciada durante a transição de governo. “Os relatos que chegam a mim das pessoas são de assombro e paralisia de diversas áreas do serviço público estadual, com pernambucanas e pernambucanos prejudicados pelo vácuo deixado por esse ato de significativo impacto”, declarou. “Espero, vivamente, que a governadora reconheça o erro dessa medida, volte atrás e revogue essa decisão, cujas consequências têm sido extremamente danosas ao povo pernambucano”, acrescentou.