O plano de Ricardo Nunes para acomodar o PL em seu novo governo
Prefeito reeleito de São Paulo planeja reformular secretariado herdado de Bruno Covas até dezembro; emedebista teve o apoio de onze partidos na eleição
Ricardo Nunes (MDB) foi reeleito prefeito de São Paulo no último domingo, 27, com um amplo arco de partidos aliados em torno de sua candidatura – ao todo, foram onze as legendas que embarcaram na candidatura do emedebista.
Nunes, que herdou boa parte da configuração administrativa da prefeitura de seu antecessor, Bruno Covas (PSDB), já declarou que deverá reformular parte de seu secretariado ainda em dezembro. Até lá, uma das principais tarefas do prefeito será balancear os compromissos firmados com cada sigla com a necessidade de costurar um time alinhado a sua gestão.
Nessa complexa equação, um dos onze partidos aliados não será contemplado, tem dito Nunes a pessoas próximas. Trata-se do PL de Jair Bolsonaro.
Fustigado duramente por toda a campanha por boa parte dos correligionários do ex-presidente que passaram a pregar o apoio ao adversário Pablo Marçal (PRTB), Nunes não quer saber de “traíras”. No rateio de secretarias – as fatias mais “valiosas” do bolo –, apenas uma ficará com o partido na cota do seu vice, o coronel Ricardo Mello Araújo (PL).
Para o ex-comandante da Rota, é cotada a Secretaria de Mobilidade e Transporte – que tem sob sua responsabilidade a gestão da frota de ônibus, por exemplo – e a Secretaria de Segurança Urbana. Essa última opção, dizem aliados de Nunes, é a mais viável atualmente: primeiro, devido à experiência de Mello Araújo na área de segurança pública e, segundo, porque a pasta do transporte, uma das mais importantes da gestão, é controlada hoje pelo presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (União Brasil), cuja legenda deverá ser contemplada no rearranjo do secretariado.
As legendas que apoiaram a candidatura de Nunes são: MDB, PL, União, PP, PSD, Republicanos, Solidariedade, Podemos, Avante, PRD e Mobiliza.
Secretários
Em entrevista à BandNews nesta segunda-feira, 28, Nunes disse que deverá cuidar da questão da configuração do secretariado até dezembro e garantiu que alguns nomes, principalmente no núcleo duro, permanecerão. “Dessas pessoas que o Bruno havia escolhido, no decorrer do tempo fomos criando relações. Um exemplo muito especial é o Edson Aparecido”, disse, referindo-se ao atual secretário de Governo.
Segundo aliados, outros titulares que deverão ser mantidos, além de Edson Aparecido, são Luiz Carlos Zamarco (Saúde), Fabrício Cobra (Casa Civil) e Vitor Sampaio (chefe de gabinete).