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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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O governador mais eficaz do Brasil para conter invasões de sem-terra

Vários estados intensificaram nos últimos tempos ações para proteger as propriedades privadas

Por Valmar Hupsel Filho Atualizado em 12 Maio 2024, 09h31 - Publicado em 12 Maio 2024, 09h30
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  • Nascido em uma família de produtores rurais que atuam na elite política de Goiás desde o século XVIII e fundador da União Democrática Ruralista (UDR), Ronaldo Caiado (União Brasil) é o governador que tem atuado mais fortemente para impedir e desmobilizar invasões de propriedades promovidas principalmente por grupos ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra. Foram colocadas em práticas uma série de iniciativas como monitoramento de acampamentos, policiamento ostensivo, aprovação de leis mais severas para invasores e preparação para dar resposta imediata aos casos.

    Exemplo de como o governo goiano atua em situações do tipo ocorreu em 15 de abril, quando um grupo ligado ao MST ocupou as terras de uma usina em Vila Boa de Goiás. Segundo o movimento, a usina tem um débito de milhões com a União e a ocupação foi feita para pressionar o governo a fazer reforma agrária no local. A ação era parte Jornada Nacional de Lutas em defesa da Reforma Agrária, promovida pelo MST para lembrar o aniversário do massacre de Eldorado dos Carajás, em 1996, quando 19 sem-terras foram assassinados após conflito durante ação de retomada. O lema da jornada neste ano é “Ocupar para o Brasil alimentar”.

    A ocupação, no entanto, foi desmobilizada no mesmo dia pela Polícia Militar de Goiás “sem uso da força”, segundo o governo do estado. Cinco integrantes do MST foram encaminhados para a delegacia e autuados por esbulho possessório (ação para tomar posse de um bem de forma ilegal), ameaça e danos. Ao comentar o assunto, Caiado disse ter “tolerância zero” para invasões de terra. A expressão depois foi repetida pelos governadores Tarcísio de Freitas (São Paulo) e Romeu Zema (Minas). A exemplo do goiano, ambos se movimentam para uma eventual candidatura à presidência da República em 2026.

    A gestão Caiado afirma ter investido em inteligência policial para fazer um monitoramento frequente de movimentos que promovem invasões de terras e evitar a instalação de acampamentos. As ações são monitoradas pelo Centro de Comando e Controle Rural. Além disso, tem feito policiamento ostensivo e rondas frequentes em propriedades rurais, por meio do Batalhão Rural da Polícia Militar. A equipe criada pelo governador utiliza técnicas de georeferenciamento para localização com precisão de propriedades rurais.

    Também foi criado um aplicativo chamado Apporteira. A ferramenta desenvolvida pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (Faeg) com apoio do Estado serve como facilitador da comunicação entre os proprietários rurais e a polícia.

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    Ainda segundo a assessoria, o governo do Estado também se empenhou para aprovar, na Assembleia Legislativa, leis mais duras para quem promove invasão de terras. A mais recente é a projeto que estabelece sanções para invasores de propriedades particulares em Goiás, como  aplicação de multas, vedação para o recebimento de auxílios, benefícios e programas sociais do governo; vedação para participação em concursos públicos estaduais e para nomeação em cargos públicos comissionados.

    Candidatura

    Caiado é, por enquanto, o único político de oposição que declara publicamente ter intenção de concorrer à presidência da República em 2026. Caso consiga efetivar a candidatura, o governador goiano deverá usar a bandeira contra invasões de terra durante a campanha. Seria uma reedição do discurso utilizado por ele mesmo quando foi candidato à presidência em 1989. Naquele ano, Caiado concorreu como um representante da União Democrática Rural (UDR), instituição que fundou em 1985 em reação às reivindicações por reforma agrária feitas pelo MST, criado um ano antes.

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