O termo rachadinha, usado para designar a prática de políticos de reter parte dos salários dos servidores em seu gabinete, já existia há algum tempo, mas foi popularizado com a chegada do presidente Jair Bolsonaro ao poder.
Antes mesmo de ele tomar posse, no final de 2018, veio à tona a denúncia envolvendo seu filho Zero Um, Flávio Bolsonaro (PL), que teria montado um esquema desse tipo em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, quando era deputado estadual.
Depois, o próprio presidente foi alvo de suspeitas do tipo dos tempos em que ainda era um inexpressivo deputado federal em Brasília. O seu filho Zero Dois, Carlos Bolsonaro, também é investigado por prática desse tipo na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
Nesta terça-feira, 14, uma novidade: um político que carrega Bolsonaro no nome denunciou um esquema de rachadinha. Kelly Bolsonaro (Patriota) disse em depoimento ao Ministério Público que havia cerca de 20 funcionários fantasmas ligados ao gabinete do deputado distrital Daniel Donizet (PL). Ela é suplente do parlamentar e fez a denúncia após ter assumido por um período o mandato no lugar de Donizet, que foi ocupar um cargo no governo do Distrito Federal e, segundo ela, ter tomado conhecimento da existência dos fantasmas no gabinete.
Apesar de usar o sobrenome do presidente, Kelly não faz parte da família presidencial. Ela usa o sobrenome em suas campanhas políticas por admiração que tem pelo chefe do Executivo Federal. Seu nome de verdade é Kelly Cristina Pereira dos Santos.
A denúncia resultou na deflagração nesta terça-feira, 14, da Operação Melinoe, pela Polícia Civil do Distrito Federal. A investigação, que teve início em 2019, visa apurar existência de servidores que, apesar de assinarem as folhas de ponto, não compareciam para prestar serviço.
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