Futura primeira-dama do Brasil, a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, foi peça importantíssima na campanha vitoriosa do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e deve ser figura ativa no governo que começará em janeiro de 2023. O empenho de Janja pela eleição de Lula pode ser medido pelo número de horas dedicados por ela à campanha – ao menos no papel, o montante supera, por muito, as horas trabalhadas por aliados de primeira hora do petista.
Segundo documentos da prestação de contas apresentada pelo petista à Justiça Eleitoral, a futura primeira-dama informou que sua função como “militante voluntária” da campanha lhe tomou 600 horas – 360 horas no primeiro turno, entre 11 de agosto e 2 de outubro (veja aqui o documento), e 240 horas no segundo turno, entre 3 e 30 de outubro (veja aqui), uma média de 7 horas e meia por dia. O custo do serviço foi estimado em 3.306 reais, valor que aparece como doado por Janja à campanha, ou seja, ela não recebeu o dinheiro.
Conforme os termos de doação de prestação de serviços assinados por ela, o trabalho consistia em “serviços de militância voluntária, abrangendo as atividades de acompanhamento e participação em comícios e eventos de campanha, bem como apoio e divulgação da candidatura”.
Coordenadores da campanha vitoriosa de Lula, os ex-ministros Aloizio Mercadante e Gilberto Carvalho informaram, ao menos oficialmente, menos tempo de trabalho que a mulher do presidente eleito. Conforme suas declarações, Mercadante (veja aqui e aqui) e Carvalho (veja aqui e aqui) empenhariam 275 horas nos serviços do começo ao fim da campanha, cujos valores foram estimados em 24.750 reais cada — também cedidos e não recebidos.